Itália – Exposição sobre São Francisco de Sales no Museu Casa Dom Bosco

16 janeiro 2022

(ANS – Turim) – Na Igreja São Francisco de Sales dialogou tanto com seus irmãos separados pela Reforma quanto com o mundo “leigo”. Por isso, quem o relembra, 400 anos depois de sua morte, não é somente o Mundo religioso, inspirado por sua santidade mas também a Sociedade em suas várias esferas. O Reitor-Mor dos salesianos, P. Ángel Fernández Artime, organizou uma exposição sobre a figura do Santo para manter aberta a relação com os expoentes da vida cultural; por isso, os Dias de Espiritualidade da Família Salesiana (DEFS) dedicaram a manhã de sábado, dia 15, a uma mesa redonda sobre o santo de Sales. O evento contou com a presença de autoridades civis e religiosas, convidadas a ouvir o discurso de especialistas na apresentação da exposição, mtra que, durante todo o ano de 2022, ocupará os espaços temporários do Museu Casa Dom Bosco, em Valdocco. Falaram o Arcebispo de Turim e Bispo de Susa, Dom Cesare Nosiglia; o Inspetor dos Salesianos do Piemonte-Vale d’Aosta-Lituânia, P. Leonardo Mancini; e seu Vigário, P. Michele Molinar.

O P. Michael Pace, Vice-diretor do Museu, referiu-se ao Santo como um "gigante renascentista" que envolve - seja por suas origens familiares seja por sua ação pastoral - uma vasta comunidade entre a França e a Itália, e dali para toda a Igreja.

A exposição apresenta, pela primeira vez ao público, um retrato do Santo, segundo disse um dos curadores, P. Cristian Besso. "Documentos históricos afirmam que esta pintura a óleo foi feita em Annecy 'em pose direta'. É um trabalho excepcional, pelo menos do ponto de vista histórico, «já que é como uma fotografia de seu rosto». "Propriedade das freiras Visitandinas, a obra passou para a comunidade de Lião e depois para a comunidade de Turim após os distúrbios da Revolução Francesa".

Mas esta não é a única preciosidade da exposição: há também duas casulas que foram usadas por São Francisco. "Com a primeira, ele celebrou a Eucaristia nos meses de sua doença em Turim, poucos meses antes de sua morte. A peça pertence ao Santuário da ‘Consol’ata’ e é provável que tenha sido feita com tecidos aristocráticos da corte de Saboia do Duque Carlos Emanuel I. A segunda foi bordada para o santo pela Madre Joana Francisca Fremiot de Chantal, Cofundadora do Ordem da Visitação, ou Visitandias".

Outro retrato antigo de São Francisco de Sales, encomendado pelo rei Carlos Alberto para adornar o panteão do estado de Sabóia, retrata 54 entre clérigos, cientistas, estadistas, diplomatas - da Idade Média à Idade Moderna – e está exposto em Turim. Foi apresentado pela Diretora dos Museus Reais de Turim, Enrica Pagella, que convidou a visitar a obra ‘in loco’, pois não é possível separá-la da grande moldura que o artista Pelagio Pelagi criou para aquela galeria de retratos. O fato motiva ainda mais a relação estreita entre o Museu salesiano, situado na Via Maria Auxiliadora, e o Museu estatal, na Piazza Castello, relação concretizada numa visita itinerante que leva os visitantes dos Museus Reais a Valdocco, sob o tema “Jovens da corte, jovens do pátio”- como anunciou a mesma Diretora.

Stefania De Vita, Diretora da Casa Museu Dom Bosco, abordando a cultura de São Francisco de Sales, disse que "ele amava a música, a arte e, em particular, a pintura religiosa, em plena sintonia com os ditames da Contra-Reforma". Também em sua forma de expressar-se também recorria, prontamente e de bom grado, a obras plásticas: “Exímio comunicador, realizou um grande trabalho pastoral de evangelização por meio de imagens”.

InfoANS

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