Itália – Chennor realizou seu sonho: visitar os lugares de Dom Bosco

21 outubro 2021

(ANS - Torino) - Chennor Amadu Bah nunca havia entrado em avião, elevador ou subido em uma escada rolante. Ele jamais poderia imaginar que o encontro com Dom Bosco na prisão "Pademba", de Freetown, mudaria tanto sua vida, ele que passou de "rei das brigas" a melhor defensor dos menores na prisão e na rua. Antes de regressar a Serra Leoa – em sua turnê de apresentação da campanha "Inocencia entre rejas" (Inocência atrás das grades), da Procuradoria Missionária Salesiana "Misiones Salesianas", enriquecida pelo documentário "Libertad", do qual é um dos protagonistas – o rapaz subiu nove vezes num avião, visitou quatro países e percorreu milhares de quilômetros: tudo para dar o seu testemunho de perdão e redenção, mas também de trabalho salesiano. E, como se sente um "filho de Dom Bosco", ao visitar Valdocco e o Colle Don Bosco, confessou ter vivido "um dos melhores dias da minha vida".

Em um mês ele não guardou o celular, presente de um benfeitor, nem por um momento: usava o aparelho para gravar tudo “a fim de mostrar aos meninos de rua e contar tudo na volta”, disse Chennor. À noite, recebe ligações de sua família, assim como dos jovens que, como ele, trabalham no centro “Don Bosco Fambul”, da capital da Serra Leoa. Chennor é pura generosidade, gentileza, gratidão.

Há alguns anos, o missionário salesiano P. Jorge Crisafulli ficou tão comovido com a história e a transformação do rapaz, possível graças a Dom Bosco, que lhe ofereceu um trabalho com os Salesianos. Chennor aceitou o trabalho e continuou a surpreender: ofereceu o primeiro salário para salvar um menor que conheceu na prisão e que precisava de uma cirurgia de hérnia.

Durante as apresentações da campanha “Inocencia entre rejas” e do documentário “Libertad”, Chennor respondeu com naturalidade a todas as perguntas, por mais difíceis e duras que fossem. Seu testemunho gerou aplausos de pé em vários momentos. O rapaz passou 17 anos de sua vida nas ruas e oito anos em várias prisões de Serra Leoa. Numa dessas, quando ainda menor, foi abusado sexualmente. (Algumas vezes para poder comer.)

“Na prisão, via morrer os menores ao meu redor e achei que também eu fosse morrer... Mas Dom Bosco salvou minha vida e me mudou para sempre. Devo tudo a Dom Bosco e estarei sempre ao seu lado: trabalhando para que nenhum menino de rua acabe como eu; e salvando os que se encontram na prisão” – confessa com um sorriso no rosto.

No primeiro dia em que entrou na prisão como trabalhador de Dom Bosco, Chennor foi visitar seu abusador levando comida, água e sabão. Ele o forçou a olhá-lo no rosto e disse que o perdoava; mas que nunca mais fizesse isso novamente. “Falar sobre minha situação, aceitá-la como parte da minha vida, perdoar meu agressor e falar sobre isso me ajudou a ser o que sou agora”, declara com simplicidade.

A convite de "Missioni Don Bosco" (Procuradoria Missionária Salesiana) de Turim, Chennor conheceu Valdocco, a Basílica de Maria Auxiliadora, o Colle Don Bosco... "Diante de Dom Bosco e de Domingos Sávio, rezei por todas as crianças que 'Don Bosco Fambul' acompanha em Serra Leoa. Sou muito grato por esta viagem e porque Deus e Dom Bosco me permitiram mudar de vida. Agora o meu sonho é voltar para a minha família e trabalhar sempre pelos meninos de rua e por aqueles que estão presos”.

Chennor, o melhor guarda-costas salesiano de Freetown nas saídas noturnas para resgatar os meninos de rua e as meninas da prostituição, continuará a inspirar centenas de crianças com seu trabalho. “Quando Augusta (uma das protagonistas do documentário “Amor”, de “Misiones Salesianas”, NdE) voltou de sua viagem de Turim, seus relatos sobre Dom Bosco ajudaram a muitas meninas realizar seus sonhos. Infelizmente, ela já morreu: mas continua a fazer o bem desde o Céu. Quero ser como ela e ajudar os filhos do ‘Don Bosco Fambul”, conclui Chennor.

InfoANS

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