Estimados Amigos e Amigas!
Escrevo esta newsletter do mês de maio aqui da cidade de Fátima, em Portugal, onde participo neste dia de uma celebração mariana junto com os jovens e a Família Salesiana desta Inspetoria.
Uma leitura dos textos que se referem à Mãe de Jesus, nos Evangelhos de Lucas e João, nos oferecem aspectos importantes e muito atuais sobre o modo de comunicar de Nossa Senhora.
Gostaria de destacar, entre outros, três grandes momentos de comunicação profunda e marcante da Mãe de Jesus.
O primeiro é a sua visita a Santa Isabel. Maria vai à sua casa. Comunica-lhe, como dom maior, a sua riqueza interior, o seu encantamento com Deus, o seu canto de júbilo e exaltação: “O Senhor fez em mim maravilhas” (Lc 1,49).
Maria faz a experiência profunda da graça de Deus, que lhe concede o dom especial de ser a Mãe do Salvador. Comunica a Isabel as maravilhas que Deus faz n`Ela.
Maria é a comunicadora da graça de Deus, do seu Sim livre e amoroso a Quem a escolheu como preferida. Ela comunica com Isabel a notícia maravilhosa e grandiosa: ser a Mãe de Jesus, do Salvador. A comunicação interpessoal de Maria com Isabel se realiza no encontro de duas mulheres profundamente encantadas pelo amor de Deus. E, por isso, comunicam de modo autêntico e original.
Maria permanece com Isabel. Vemos neste gesto a comunicação da presença fraterna, serviçal, e do cuidado que uma tem pela outra. A comunicação entre Maria e Isabel tem como centro a grande missão do ser Mãe do Salvador.
Num segundo momento, em Caná da Galiléia, Maria é a comunicadora das relações humanas, da empatia, da sensibilidade e da abertura para o outro. Maria interpreta a realidade com fé, no sair de si pelos outros, em notar que o vinho se esgotara: “Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho” (Jo 2,3).
Maria é a comunicadora sensível aos sentimentos dos participantes da festa. Ela sente os seus corações preocupados pela falta do vinho, que fazia parte daquele importante ritual sagrado. Maria é a comunicadora que olha no profundo dos olhos do Filho, e comunica-Lhe com confiança materna que “o vinho está a faltar”.
Em Caná, Maria é a comunicadora que valoriza o grupo, que sabe viver em comunidade, que participa dos seus rituais, e se une à alegria dos convivas. Sua comunicação com Jesus e com os convidados da festa se reveste de autoridade amorosa, operativa, firme e criativa: «Sua Mãe disse aos que estavam servindo: “ Fazei o que ele vos disser! ”» (Jo 2,5). Maria tem iniciativa. Lidera. Dá o primeiro passo, dialoga, interpela, escuta, e age para encontrar uma solução para a falta de vinho. Maria, comunicadora de grande liderança, dispõe de específica sensibilidade pelo outro e de imediata atitude operativa.
No terceiro momento, no Cenáculo, vemos Maria presente e silenciosa entre os discípulos de Jesus. Nos Atos dos Apóstolos (1,14), Lucas menciona a presença humilde de Maria no momento em que recebem o Espírito Santo. Maria é mulher de comunhão, de integração na comunidade; insere-se entre os discípulos como mulher e Mãe de Jesus. Maria interage, ouve, reza, acompanha e participa da comunidade que está nascendo. Ainda que Mãe de Jesus, não se coloca acima dos discípulos. Ela comunica com sua presença amiga e humilde, com o seu profundo senso comunitário.
Maria, Mãe de Jesus e Comunicadora do plano de Deus na sua vida. Maria, uma líder da comunidade nascente. Maria, Comunicadora da ternura de Deus para os homens e mulheres de todos os tempos.
Fátima, Portugal, 15 maio de 2021
P. GILDÁSIO MENDES
CONSELHEIRO MUNDIAL PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL