“Nunca justificamos a violência - declarou Dom Aós - . A violência é ruim, e quem semeia violência colhe destruição, dor e morte. Há um ano sofremos uma explosão de violência que nos causou tamanha dor pessoal e destruição material que, pensamos, seria uma lição amarga e forte. Custou-nos reconstruir nossas construções, mas exigiu o sacrifício e sofrimento constantes dos mais pobres; a vida se tornou mais dolorosa para eles.
Os pobres são os mais prejudicados. Esperávamos que estas ações e imagens não se repetissem. Hoje sofremos novamente com ações violentas e imagens de vandalismo. Estamos tristes com a destruição de nossos templos e outros bens públicos; mas, acima de tudo, sentimos a dor de muitos chilenos. Pessoas pacíficas e generosas. Essas imagens não só afetam e ferem o Chile; afetam também e ferem outros Países do mundo, especialmente os nossos irmãos cristãos”.
O P. Carlos Lira, por sua vez, comentou: “No Chile existem alguns grupos que lidam com o ‘desconstrucionismo’, com ideologias de gênero, feminismo e filosofias extremistas. Eles querem atacar a Igreja pelo fato de que ela representa alguns valores tradicionais; pelo fato de que o Evangelho é uma parte importante da estrutura da sociedade ocidental e de sua herança cultural.
Outros são indiferentes, como os ateus ou agnósticos, que não têm um conceito metafísico de Fé e ficam indiferentes perante os atos de profanação.
Mas, talvez, o ponto mais grave seja que no Chile estamos perdendo a capacidade de diálogo: nossa sociedade se tornou tão polarizada que hoje a violência é legitimada como meio de expressão e de alcançar os objetivos desejados. A desconfiança – em relação a tudo e a todos, em particular às instituições políticas, econômicas, de segurança e religiosas – mostra que não existem outros canais válidos de expressão e diálogo.
Hoje temos o grande desafio de acompanhar estas legítimas preocupações no sentido de obter maior justiça e equidade, mas também de demonstrar que isto pode ser feito por meio de diálogo, de acordos e da busca do bem comum. A violência nunca será o caminho certo para alcançar a paz” – concluiu.