Como se sente agora?
Eu fiz o possível para evitar esta eleição. Depois de meu serviço no Dicastério, imaginava poder continuar em minha Visitadoria de Papua-Nova Guiné – Ilhas Salomão (PGS). O primeiro Superior da Visitadoria, meu predecessor, ficara no cargo por apenas 6 meses, depois do que fora nomeado Bispo. Por isso, tínhamos apenas começado a lançar as bases, as estruturas para uma sistematização da recém-criada Visitadoria. Durante o processo de discernimento que visava a eleição dos membros do Conselho Geral, quando percebi que algo estava por acontecer, recusei explicitamente a minha candidatura a Conselheiro para as Missões, dentro da Comissão Ásia Leste-Oceânia, porque, entre outras razões, a nossa Visitadoria conta com uma séria necessidade de pessoal. Entrementes, porém, fora também nomeado candidato a conselheiro das Missões pelas Comissões das quatro outras Regiões. Com essa eleição, pois, desapareceram no horizonte, num instante, todos os sonhos e projetos para PGS, junto com o meu desejo de continuar missionário 'ad vitam' nessa parte do nosso mundo.
Como vê o novo encargo de Conselheiro para as Missões?
Ainda não entendo os planos de Deus para a minha vida. Mas em meu coração ressoam fortes as palavras do Papa Francisco: "O Espírito Santo trabalha como quer, quando quer e onde quer; nós nos dedicamos com devotamento, mas sem esperar por ver qualquer resultado retumbante. Só sabemos que é necessária a nossa própria doação... Vamos em frente! Façamos tudo o que pudermos! Mas deixemos que seja Ele a tornar frutuosos os nossos esforços! Como a Ele bem lhe parecer" (Evangelii Gaudium, 279).
Este sexênio (2020-2026) será marcado pelo 150º aniversário da Primeira Expedição Missionária Salesiana (1875). Os meus votos são por que todos tenham a coragem de deixar o Espírito Santo trabalhar em seus próprios corações como Ele quer, quando quer e onde quer, para que, animados pelo espírito missionário de Dom Bosco, tenhamos a coragem de sair das nossas zonas de 'comfort' e seguir em frente. Graças a esse espírito missionário, o carisma de Dom Bosco já está profundamente arraigado na Região. Já é também tempo de que cada Inspetoria, rica ou pobre de pessoal, participe ativamente na atividade missionária da Congregação. Ironia da sorte, só uma tal generosidade missionária manterá as nossas Inspetorias... vivas e a serviço dos jovens pobres e excluídos.
Fonte: AustraLasia