M. veio do Mali; quando foi recebido na Casa-Família não falava nem sequer uma palavra em italiano e tinha medo de tudo. Aos poucos, começou a confiar nos educadores, jogar bola, sair com outros garotos, também italianos e, em especial, com um jovem ruandês, também ele na Casa-Família, surdo devido à meningite. Quanto o italiano se tornou mais compreensível, M. começou a criar muitas amizades com os voluntários e voluntárias da Casa; estreitou relações também com duas famílias do Movimento de Famílias Cuidadoras e Solidárias do Borgo Ragazzi Don Bosco que o envolveram nas próprias atividades. Com muita dificuldade formou-se na escola média e fez experiências de trabalho, mas o seu objetivo, ou ao menos o que lhe confiara a família de origem, era ir à Espanha, quando fosse maior de idade, a viver com um primo, porque ali se ganhava mais; de acordo com seus pais, M. deveria construir uma casa para ele e sua família na aldeia que deixara em Mali. Completados os 18 anos, os educadores da Casa-Família encaminharam-no e acompanharam-no numa estrutura para adultos que aceitou recebê-lo para continuar o projeto iniciado. Mas M., apesar de suas famílias de referência terem-no alertado sobre os perigos futuros e as oportunidades que estava deixando para trás, foi para a Espanha onde, como previsível, não encontrou nada do que esperava. Tiraram-lhe o dinheiro e os documentos e fizeram-no trabalhar como diarista. Começou a mandar mensagem desesperadas à Casa-Família que o hospedara ainda adolescente. Quando foi possível, compraram um bilhete aéreo para que voltasse a Roma. Já em Roma, M. percebeu o seu erro, com a ajuda de outra família que encontrou para ele um trabalho um canteiro de obras onde deu o máximo de si já conseguindo dois aumentos de salário. Começou, então, a mandar dinheiro à sua família para a construção da casa. M. continua a passar o tempo livre no Borgo Ragazzi Don Bosco sendo visto como exemplo pelos outros jovens.
Fonte: Borgo Ragazzi Don Bosco