Falando com a ACS, o Purpurado descreveu além disso a atual crise venezuelana. “Quanto estamos vivendo não se pode compreender desde fora. Aqui o diálogo é considerado somente uma ‘photo opportunity’ com total ausência de pluralismo. E sobre o pano de fundo do desencontro político está uma população privada de comida, remédios, liberdade, segurança pessoal, tutela jurídica”. O Cardeal-Arcebispo exprime também as preocupações dos Bispos venezuelanos, contrários especialmente à intenção do presidente Nicolás Maduro de convocar uma “Assembleia Constituinte do Povo”, para reformar a estrutura jurídica do Estado. “Uma decisão errada e desnecessária. A Constituição deve ser seguida, não mudada” – afirma o Cardeal, apontando as pressões exercidas pelas autoridades. “Quem discorda do governo – disse – deve enfrentar ameaças, multas, detenção: e mesmo a deportação”.
O Cardeal, que desempenha também encargo de Diretor de Cáritas da Venezuela, refere como o governo procura fazer calar o oposição: “Todas as vezes que se programa uma manifestação, é organizado um evento no mesmo dia e na mesma hora”. E enquanto o entrechoque entre governo e oposição se protrai por cinco anos, a população sofre pela falta dos bens de primeira necessidade: “Vi morrer um Sacerdote, 35, devido a uma hemorragia cerebral porque não havia o remédio que lhe poderia ter salvado a vida. Entretanto esta situação, trágica, é constantemente negada pelas fontes oficiais e não podemos sequer falar de ajudas humanitárias, porque ‘aparentemente’ temos tudo!”.
Também o Reitor-Mor dos Salesianos, P. Ángel Fernández Artime, no último dia 27 de abril, perante a delicada situação que se está a viver na Venezuela, divulgou um apelo de apoio aos Salesianos, à Família Salesiana na Venezuela, ao Povo venezuelano, invocando para todos a paz, “aquela Paz que sempre e em qualquer lugar no mundo só é possível se vier da mão da Justiça e do Respeito aos mais invioláveis direitos de cada Pessoa Humana”.
Fonte: Ajuda à Igreja que Sofre