Vicente Cimati vem de uma família de santos: ele é venerável; a irmã, Maria Raffaella, da Congregação das Irmãs Hospitaleiras da Misericórdia, foi beatificada; Luís, Salesiano Irmão, missionário na América Latina, morreu em conceito de santidade.
Nascido em Faenza, no dia 15 de julho de 1879, Vicente ficou órfão de pai aos 3 anos. Salesiano aos 17, padre aos 24, obteve o diploma de composição no Conservatório de Parma e, em Turim, as Láureas em Ciências Agrárias, e em Filosofia e Pedagogia. Contudo, dizia: “Daria todas as minhas láureas e diplomas para merecer a graça de ser missionário”.
Entretanto, por quase vinte anos, ficou em Turim. Exerceu, com plena dedicação, variados encargos: conselheiro escolar, professor, mestre de música, diretor de oratório, diretor de estudos e diretor da comunidade de Valsalice, dedicada à formação dos pós-noviços. Exerceu um profundo influxo em seus alunos, que sempre o tiveram em grande estima.
No Natal de 1925, o então Reitor-Mor P. Felipe Rinaldi enviou-o como chefe do grupo a fundar a missão e obra salesiana no Japão. Ali trabalhará por 40 anos. Conquistou os japoneses com o talento artístico e mais ainda com sua bondade: dirigiu concertos com extraordinário sucesso, trabalhou pelos mais pobres, crianças, idosos, doentes. Com pobreza de meios e dificuldades de todo tipo, inseriu-se no novo ambiente com descortino, fervor, prudência, caridade pastoral.
Amou o Japão como a sua segunda pátria e assimilou os seus usos e costumes. Abriu orfanatos, oratórios, escolas profissionais, uma casa editora. Em 1935, a missão de Miyazáki-Oita foi elevada a Prefeitura Apostólica e o P. Cimatti foi o seu primeiro Superior. Entretanto, aos amigos que lhe enviaram da Itália as vestes de “Monsenhor”, mandou tudo de volta: “Vendam e me mandem o dinheiro para os meus pobres”.
Foi feito Inspetor. Depois da provação da guerra, reconstruiu tudo com coragem redobrada. Em seguida, retirou-se para dar lugar aos jovens. Morreu aos 86 anos, em 6 de outubro de 1965. Dissera: “Gostaria de morrer aqui para virar terra japonesa”.