O aumento de casos de MPOX na República Democrática do Congo agrava um sistema de saúde já precário. A comunidade científica alerta que o aumento no país é muito preocupante, principalmente devido ao elevado número de infeções entre crianças. Segundo dados da OMS, mais de 10 mil crianças até aos 15 anos foram infetadas em 2024, e 39% dos infetados eram crianças menores de cinco anos.
Esta epidemia representa um grande risco para o país, uma vez que a população já se encontra muito vulnerável. Os missionários salesianos que trabalham com os deslocados em Goma explicam seus temores: “Os deslocados que vivem no campo Dom Bosco Ngangi estão muito expostos a esta nova epidemia de MPOX. Eles vivem em condições de superlotação e as condições de higiene não são as mais adequadas. Nossos médicos alertam que se trata de pessoas com sistemas imunológicos já muito fracos e que uma epidemia pode ter efeitos verdadeiramente perigosos”.
O alarme já foi dado porque ocorreram quatro casos de contágio na área sanitária em que se localiza o centro Dom Bosco Ngangi.
“Práticas semelhantes àquelas implementadas para combater o Covid devem ser implementadas em todos os lugares para evitar o contágio – explicam os missionários salesianos – . A emergência epidêmica já foi declarada, mas muitas pessoas ainda não estão conscientes disso e levam a vida cotidiana normalmente. O trabalho de sensibilização e prevenção será essencial para controlar a epidemia de varíola dos macacos” - dizem.
Os missionários salesianos administram 33 obras em 14 cidades da República Democrática do Congo e têm como prioridade a educação e a proteção das crianças e dos jovens. Há escolas primárias e secundárias, centros de formação profissional, jardins de infância, centros de assistência e recuperação para crianças em situação de rua e meninas em situação de vulnerabilidade. Eles também atuam entre as populações deslocadas e em áreas onde as pessoas vivem em extrema pobreza.
‘Misiones Salesianas’ - Procuradoria Missionária Salesiana - de Madrid, por sua vez, assegura que trabalhará em conjunto com os missionários presentes no país, em três frentes: segurança alimentar, escolaridade, apoio à saúde – visando proteger as crianças da República Democrática de Congo.