O mundo está cada vez mais turbulento: aumenta a violência, as guerras, o número de crianças que não vão à escola, a pobreza e a fome, os menores forçados a trabalhar, o número de migrantes e refugiados que fogem das suas casas, a violação dos direitos humanos das crianças, as catástrofes naturais, as mudanças climáticas com consequências cada vez maiores em nossas vidas e o fosso social entre ricos e pobres.
Mesmo com tudo isso, os Salesianos não desanimam e seguem ao lado dos mais necessitados em mais de 130 países do mundo. Todas essas situações foram mais que suficientes para que a Procuradoria ‘Misiones Salesianas’ optasse por definir dois objetivos para este ano. Por um lado, fazer com que as crianças e os jovens do mundo possam sentir-se protegidos e acompanhados, por meio da esperança que os salesianos são chamados a transmitir; por outro, continuar a construir uma cultura de paz com a melhor ferramenta disponível: uma educação de qualidade, pela qual os menores possam tornar-se protagonistas de suas próprias vidas e donos dos seus sonhos.
Há quase dois anos, o conflito na Ucrânia nos fez refletir sobre as dificuldades da população em enfrentar o inverno e sobre a crise econômica que se aproximava com o aumento do custo de vida. Hoje, os Salesianos continuam - entre outras ações - a ajudar a população ucraniana e os refugiados, distribuindo alimentos, tratando feridos, restaurando casas e escolas, e apoiando os professores.
Quase dois anos depois, a guerra na Ucrânia continua; surgiram, em todo o mundo, novos episódios de violência (que quase levaram os anteriores ao esquecimento): golpes de Estado em vários países africanos, uso da fome como arma de guerra em outros, situação humanitária desesperadora causada pelos ataques na Faixa de Gaza, entre outros.
A Síria é um grande exemplo do trabalho salesiano no mundo nestes tempos difíceis. Em março, o país completará 13 anos do início de uma guerra que ainda não findou. E o mês de fevereiro também marcará o primeiro e triste aniversário do terremoto no sul da Turquia, que também atingiu duramente Alepo.
Os jovens só pensam em sair do país pela falta de oportunidades e pelo serviço militar obrigatório que os condena ao combate, enquanto o desemprego, a inflação e a dificuldade de encontrar bens de primeira necessidade multiplicaram a pobreza. Apesar de tantas necessidades e de tantas dores, as presenças salesianas na Síria (Alepo, Damasco e Kafroun) são, há muitos anos, conhecidas como um “oásis de paz”, onde reina a alegria, o sentido de família e tudo se partilha.
Pode-se, por isso, afirmar que no novo ano todas as obras salesianas continuarão a acolher os necessitados, a educar, a evangelizar.
Esta é mais uma demonstração de que a pedagogia salesiana, por meio do Sistema Preventivo de Dom Bosco, funciona e dá resultados, porque as Obras salesianas são casas que acolhem, escolas que educam, pátios que criam, igrejas que evangelizam. Dezenas de milhares de jovens, que todos os anos passam por uma das quase 6.500 Obras da Família Salesiana, em mais de 130 países do mundo, testemunham sua formação acadêmica e humana.
Por isso, também este ano os Salesianos, os Membros da Família Salesiana e os Colaboradores leigos continuarão a cuidar e proteger os menores em situação de rua ou vítimas de prostituição, a combater o tráfico e o trabalho infantil, a acolher os menores órfãos e a oferecer ajuda e proteção às crianças levadas aos conflitos armados, aos menores que cumprem penas em prisões para adultos, além de acompanhar as populações migrantes e refugiadas, e as vítimas das guerras.
Este trabalho, porém, não se realiza sozinho. “Os missionários salesianos são os nossos olhos; mas a providência que torna possível o milagre de poder ajudar, cuidar e educar aqueles que mais precisam é a generosidade de milhares de Pessoas que nos acompanham todos os dias. Em nome de «Misiones Salesianas», agradecemos o seu compromisso de continuar ao nosso lado para manter o desafio de continuar a ajudar aqueles que, ao longo do ano, tiveram menos” – afirmam de Madrid.