Quase 160 milhões de crianças trabalham no mundo. Destes, quase a metade, ou seja, mais de 73 milhões, fazem trabalhos perigosos que colocam suas vidas em risco. No século XXI, mais de nove milhões de crianças em todo o mundo ainda sofrem as piores formas de exploração: são escravas. Domingo, 16 de abril de 2023, é o Dia Mundial contra a Escravidão Infantil, e "Misiones Salesianas", a Procuradoria Missionária Salesiana de Madri, reafirma o compromisso de quebrar as correntes que oprimem milhões de crianças em todo o mundo, para que possam desfrutar de sua infância.
Elas trabalham durante longas horas com pouco descanso. A maioria trabalha em minas, fazendas ou são escravos domésticos. Outras lutam em conflitos armados, mendigam ou são obrigadas a casar por decisão dos pais. Mas todas elas são maltratadas e muitas são vítimas de tráfico humano e abuso sexual. Elas não frequentam a escola, não conhecem seus direitos e eles, ou suas famílias, foram enganados para serem escravizados e privados de sua infância.
No Dia Mundial contra a Escravidão Infantil, os salesianos querem chamar a atenção para estas crianças, às quais dedicam suas vidas em muitos países da África, Ásia e América. O objetivo é claro: que haja um compromisso político e social para que se possa por fim, no século XXI, dar um fim à escravidão.
São inúmeras as consequências para os quase 160 milhões de crianças forçadas a trabalhar no mundo, as principais são a perda da infância e as dificuldades de desenvolvimento. Estas crianças vivem longe de suas famílias, não têm acesso à educação ou à assistência sanitária. Elas perderam a infância e não têm tempo para brincar ou, muitas vezes, nem mesmo para descansar.
Embora tenha sido abolida há mais de dois séculos, a escravidão ainda existe. Ela está presente na vida de pelo menos nove milhões de crianças que trabalham em serviços domésticos, no carregamento de mercadorias em portos, minas, fábricas, conflitos armados, no flagelo do tráfico de crianças e da prostituição, nos casamentos infantis e nas crianças forçadas a mendigar.
Os salesianos colaboram com as administrações para conscientizar as famílias e os empregadores sobre os direitos dos menores. Nas casas-família e nos centros para menores, procuram fazer com que as crianças se sintam seguras e criem um ambiente familiar tranquilo, enquanto os assistentes sociais procuram suas famílias para tentar a reintegração.
A ferramenta mais importante para quebrar as correntes da escravidão infantil é a educação. As crianças que conhecem seus direitos e têm a oportunidade de se formar e aprender poderão mudar seu futuro sem perder a infância.