Rica Lavilla, que há dois anos foi a Papua-Nova Guiné para participar de um projeto de voluntariado de três anos para leigos, desenvolvido pelos salesianos da Inspetoria das Filipinas Norte, disse: “Ser jovem não é tão fácil, especialmente no mundo de hoje. Os jovens enfrentam uma infinidade de desafios, têm tantas dúvidas e perguntas… Por outro lado, os jovens são o futuro das nossas famílias, das comunidades, do país e do mundo. Por isso, devemos capacitá-los para serem agentes de mudança, não só para o futuro mas, sobretudo, para o presente!”.

Há oito anos, Rica é educadora salesiana em tempo integral na DBTS, em Gabutu, Port Moresby. Em 2018, fez sua promessa como Salesiana Cooperadora e, no mesmo ano, formou o primeiro Grupo Missionário da DBTS, do qual ainda é animadora.

“Quando penso na mensagem da Estreia do Reitor-Mor deste ano - «Como fermento na Família Humana de hoje» - penso nas experiências compartilhadas com os jovens do Grupo Missionário da DBTS. Eu os imagino inscrevendo-se com entusiasmo, prometendo participar de reuniões regulares e sessões de formação que lhes dariam a oportunidade de participar de programas missionários e/ou de imersão”.

Alunos de diferentes séries e idades, com diferentes interesses e formações, se reúnem com um único propósito: o de servir. Eles servem em silêncio e de maneira modesta, usando seus dons e talentos e, às vezes, seus escassos recursos. Eles continuam a servir até que ocorra uma transformação interior. E sim, aquela mudança interior também faz deles agentes de mudança para seus pares, suas famílias e suas comunidades.

Um dos projetos realizados pelo grupo é o "Projeto Chaleira Ambulante", também conhecido como "Café da manhã gratuito para madrugadores", lançado em 2018 pela Associação dos Salesianos Cooperadores de Gabutu.

“Oferecemos gratuitamente chá quente e biscoitos aos alunos que chegam muito cedo na escola. A maioria desses alunos mora longe e percorre longas distâncias a pé para pegar o ônibus e enfrentar diversos engarrafamentos; por isso eles saem de casa às cinco da manhã, sem nem tomar café”, diz Rica.

Os membros do Grupo Missionário percorrem o pátio das 7h às 7h30, levando chaleiras de prata com chá quente e sachês com biscoitos. Seu gesto é simples, mas permite ganhar experiência de serviço, e perceber que o que fazem promove o valor da partilha e é transformador, para si e para os outros.

No contexto deste espírito, praticado lenta mas constantemente, e assimilado, o grupo missionário realizou sua primeira ação em junho de 2022, nas prisões em Bomana. Meninos e meninas envolveram toda a comunidade escolar solicitando doações de sabão, sabonetes, papel higiênico, escovas e pasta de dente. A escola respondeu positivamente e várias caixas com estes produtos foram entregues aos presos da penitenciária de Bomana.

 “Antes de entrar, o Diretor do presídio nos pediu para fazer uma fila e contar em voz alta do primeiro ao último. Quando entramos no portão, tive uma sensação horrível porque todos estavam olhando para nós. Mas, quando estávamos sentados, um dos reclusos nos chamou para apertar a mão e, quando disse 'muito obrigado' fiquei muito feliz. Acho que eles sentiram o amor e a esperança que quisemos levar com nossa visita. É uma experiência que vai ficar marcada no fundo do meu coração... Chorei por dentro, não de tristeza, mas de alegria, por saber que havíamos levado um pouco de esperança para a vida deles” - é o testemunho de um dos alunos que participou da iniciativa.

“Quando os jovens têm a oportunidade de servir, de fazer experiências significativas e de crescer em suas relações com Deus, com os outros e consigo mesmos, eles podem ser verdadeiramente fermento – agentes de mudança – na Família Humana de hoje” conclui Rica.

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