A parte da manhã contou com as palestras do Conselheiro Geral para a Pastoral Juvenil, P. Miguel Angel García Morcuende, e do Conselheiro Geral para as Missões, P. Alfred Maravilla, ambos focalizando o tema "Acompanhamento das novas vocações".
- O P. Miguel Angel García arrazoou acerca da importância de revitalizar os esforços pastorais, com o objetivo de reconhecer os novos movimentos juvenis. “Nos últimos anos, falou-se e escreveu-se muito sobre o tema da animação vocacional. Algo novo está a surgir e devemos saber responder a esta novidade”, disse o P. García Morcuende.
Explicou também que outro fator-chave e fundamental é a promoção de uma sólida cultura vocacional; que a vida seja percebida como vocação e fruto da interação entre as pessoas. "A cultura de uma Casa ou Inspetoria Salesiana é fruto da interação entre pessoas" e concretizada, por um lado, no modo e no estilo de ser comunidade; e, por outro, na interpretação das diversas experiências vividas no dia a dia.
Por fim, mencionou que, quando uma Comunidade Educativo-Pastoral cria o clima adequado, os jovens ficam mais dispostos para ouvir o chamado de Deus.
- O P. Maravilla, por sua vez, em linha com o Setor das Missões, apresentou o tema: "A animação das novas vocações". Exordiou por mencionar três palavras que resumem as vocações missionárias: acompanhamento, discernimento, vocação. “Quando o espírito missionário está vivo na vida consagrada, torna-se atraente, porque – explicou - as pessoas consagradas se apaixonam por compartilhar seu amor e sua Fé em Jesus Cristo, o que dá origem a atividades missionárias (voluntariado, grupos missionários, etc.)”.
E destacou mais um ponto importante: as missões já não podem ser entendidas somente em termos geográficos, como movimentos para "terras de missão", uma vez que a missão se encontra onde quer que seja necessário anunciar o Evangelho: tanto em contextos sociológicos quanto em culturais (como no ‘continente digital’). “Os jovens salesianos devem ser formados à disponibilidade, a terem os olhos aberto à vida da Igreja e da Congregação, a se sensibilizarem com os projetos missionários”.
Após breve intervalo, os Inspetores da Venezuela, Antilhas e América Central contaram a realidade de suas Inspetorias e como os problemas sociopolíticos afetam o crescimento vocacional.
Na Venezuela, por exemplo, a taxa de evasão é de 70%; os educadores abandonam as escolas; a maioria abandona o país.
Na Nicarágua, um dos países da Inspetoria da América Central, os salesianos temem que o estado, devido a problemas sociais recentes, confisque algumas de suas propriedades, gerando instabilidade e tensão.
Em Cuba, país da Inspetoria das Antilhas, a realidade vocacional está sendo duramente atingida. Muitas famílias e muitos jovens querem emigrar em busca de melhores oportunidades. “De acordo com um estudo, em 10-15 anos Cuba não terá mais vocações nativas”, alertou o P. José Pastor Ramírez, Inspetor das Antilhas.
A parte da tarde contou com a participação do P. Joan Luis Playà, Delegado Central do Reitor-Mor para o Secretariado da Família Salesiana (FS), e do P. Gildásio Mendes, Conselheiro Geral para a Comunicação Social.
Playà refletiu sobre a importância de ajudar a valorizar o patrimônio humano e espiritual da FS na Região, “uma bela realidade pela qual devemos agradecer a Deus, a todos os seus membros e aos coirmãos empenhados na animação e no acompanhamento”. O papel dos leigos, observou, é essencial: são eles que, com o seu empenho e tenacidade, conseguem consolidar a FS. “Há, por isso, que relançar o compromisso pela formação de todo leigo como cristão 'salesiano' empenhado”, disse.
A última palestra do dia foi ministrada pelo P. Gildásio Mendes, que desenvolveu o tema "Como viver o sacramento salesiano da presença para ser comunicadores da missão compartilhada?"
A autenticidade e a novidade da comunicação salesiana são fruto da fidelidade à consagração religiosa, do testemunho de vida, da capacidade de diálogo; fruto da proximidade, acolhimento e confiança que se estabelecem nas relações humanas e institucionais.
Nesse sentido, as raízes da missão salesiana encontram-se no carisma salesiano. A comunicação, em sua expressão mais ampla, está enraizada no carisma. É uma expressão do ser-autêntico-e-livre, que se comunica com base em seus valores e atitudes. Viver o ‘sacramento’ como comunicadores significa sermos verdadeiros e reais para as pessoas, em todas as situações e circunstâncias.
Também recordou que é preciso responder com originalidade ao mundo de hoje e à diversidade das maneiras de comunicar (hábitat digital) para responder, de forma inteligente e ampla, sempre partindo e respeitando o carisma salesiano.
Por fim, foram apresentadas as conclusões do dia. Coube ao Irmão Sr. Jean Paul Muller, Ecônomo Geral, dar a todos "a boa-noite".