A guerra na Síria completa hoje, 15 de março de 2023, 12 anos. Não há mais bombas, exceto numa zona controlada pelos rebeldes ao norte do País. Mas a situação da população é dramática. A guerra provocou mais de meio milhão de mortos, mais de 2.100.000 feridos e mais de 13 milhões de deslocados - com pelo menos 6.6oo.ooo refugiados em outros Países. Mais de 11 dos 17 milhões de habitantes presentes hoje na Nação têm urgente necessidade de assistência humanitária para sobreviver, e entre esses há 6.500000 Crianças e Adolescentes.
“Não há trabalho. Falta eletricidade. O preço do combustível anda nas nuvens. E o dinheiro não vale nada... A população perdeu a coragem – referem os salesianos presentes na Síria – . Toda uma geração de menores só conhece a guerra, e muitos jovens que viveram a maior parte da vida em meio à violência, estão pensando em deixar o País”, raconta o P. Alejandro León, Superior dos Salesianos do Oriente Médio (MOR).
“Os adolescentes das nossas obras salesianas foram educados à cultura da paz e da esperança, a dar graças pelo ‘copo meio cheio’. Entretanto, muitos dizem abertamente que o problema agora é que o copo rachou, e que não veem um futuro para si mesmos e para as suas famílias”, continua o salesiano.
Na Síria hoje toda família tem uma sua própria pessoa cara para chorar por causa da guerra. “Também em nossos oratórios e centros juvenis estivemos sofrendo pela morte de menores, de animadores e de familiares, por causa das bombas sobre Damasco e Alepo” – prossegue o Inspetor Salesiano da MOR. Entretanto, a dúvida dos jovens é agora é: “Deixar o País em busca de um futuro distante da Síria; ou ficar com os pais e esperar pela paz para contribuir na sua reconstrução?”.
Além disso, o terremoto de 6 de fevereiro e os mais de 11.000 abalos de acomodação vieram complicar ulteriormente a situação. Na trágica hecatombe ocorrida, com 54.500 mortos até agora registrados, foram quase 6.000 as vítimas sírias; e no Noroeste do País, onde caíram mais de 100.000 edifícios, há 1.500.000 pessoas sem casa e outras 5.400.000 que dependem da ajuda de emergência.
Nestes 12 anos, as obras salesianas sempre mantiveram as portas abertas para responder às necessidades dos mais pequenos da comunidade. De 2012 a 2018, 250 famílias em Alepo, 120 em Damasco e 30 em Kafroun contaram com assistência financeira mensal. E de 2012 a 2014, a Casa de Kafroun sediou 70 pessoas de Alepo, deslocadas pela guerra.
Além disso, de 2019 a 2022 perto de 200 jovens receberam cursos de promoção empresarial e alguns deles foram ajudados para o investimento inicial da sua atividade. Além disso, para suster os menores nos estudos (70 em Alepo e 100 em Damasco) e os jovens universitários nas suas necessidades econômicas, estes últimos estiveram empenhados em percurso de aulas de atualização e recuperação escolar para menores.
Assim, a obra de Kafroun acolheu um total de mais de 370 pessoas durante os anos piores da guerra e agora está acolhendo também os deslocados pelo terremoto. Em Alepo, a cidade mais atingida pela guerra e agora pelo terremoto, os salesianos levam para a frente um projeto educativo que tem ajudado uma média de 800 pequenos e adolescentes nestes últimos anos de conflito. Do mesmo modo, nas últimas semanas, quase 800 pessoas - tornadas necessitadas pelo terremoto - foram acolhidas na “Casa Dom Bosco” da cidade.
Em Damasco, são perto de 1.200 os menores beneficiários da obra salesiana e 280 os jovens voluntários universitários de Dom Bosco. Por fim, no bairro de Jaramana, a 8 km da Casa salesiana, foram alugados apartamentos para dar aulas a crianças, para que não devam deslocar-se demais para continuar os estudos. Na mesma zona espera-se também construir um grande Centro juvenil.