Síria – "Muitas pessoas que não tinham quase nada agora perderam tudo": como ajudar da Espanha

08 fevereiro 2023

(ANS – Alepo) – Quase 12 anos de guerra, um país devastado por bombas e com apenas duas horas de eletricidade por dia, sem combustível para geradores, onde não há trabalho e os preços são inacessíveis devido à inflação: assim estava a Síria quando, na madrugada de domingo, 5 de fevereiro, sofreu dois devastadores terremotos, ambos superiores a 7 na escala Richter. O primeiro levou os sobreviventes a saírem às ruas, na chuva; o segundo, a destruição de muitos edifícios danificados. Diante de tal cenário, os salesianos de todo o mundo estão se prestando para ajudar. Da Espanha, "Misiones Salesianas" (Procuradoria Missionária Salesiana), de Madri, e a ONG "Bosco Global", da Inspetoria Espanha-Maria Auxiliadora, já puderam ajudar.

“Durante a noite, o terremoto foi muito forte e longo e depois foram registrados outros tremores secundários”, disse o P. Alejandro León, Superior dos Salesianos do Oriente Médio (MOR). “O primeiro tremor foi muito forte e longo. Todos saíram para a rua em plena madrugada, debaixo de chuva, sem agasalho. Quem estava em Alepo correu para refugiar-se no 'Dom Bosco', uma vez que a nossa Casa não tinha sido atingida”. Com o segundo tremor, "quase 500 pessoas passaram a noite conosco".

Como se disse, a Obra salesiana de Alepo sofreu danos controlados, com rachaduras e algumas janelas quebradas, mas tanto os salesianos quanto as pessoas a que atendem estão bem. Cresce mais e mais o número de famílias que precisaram abandonar suas casas e se refugiar na Obra salesiana de Alepo em busca de ajuda. Muitas das casas dessas pessoas já tinham sido seriamente danificadas durante a guerra; na Casa de Dom Bosco se sentem mais seguras.

A situação é semelhante nas outras duas cidades sírias, onde os salesianos possuem centros - em Damasco e em Kafroun - ; ali houve menos vítimas; entretanto os danos materiais e de infraestrutura foram significativos. Em Kafroun, cerca de 150 famílias se refugiaram na obra salesiana após suas casas terem sido atingidas.

“Doze anos após o início da guerra na Síria, os terremotos fizeram com que as construções que estavam mais danificadas pelas bombas não resistissem - diz ainda o P. León - . Muitas pessoas que já não tinham quase nada agora perderam tudo e temem por seu destino”.

As primeiras horas após o terremoto são cruciais quer na busca de sobreviventes sob os escombros quer também na organização do socorro de emergência.

A maioria das famílias voltou para suas casas para verificar seu estado, e buscar roupa; mas o medo impera. “O governo distribuiu um pouco de pão, mas ainda precisamos de tudo: colchões, cobertores, agasalhos, comida...”, relatam os salesianos de Alepo.

“Sofremos a guerra por muitos anos, há dois anos e meio tivemos a explosão no porto de Beirute: tudo afeta a economia e a população. E, agora, os terremotos. Tudo isso é muito complicado, mas não desistimos, e o povo sírio vai continuar unido e seguindo em frente” conclui, com coragem e esperança, o Superior da MOR.

Para apoiar o trabalho dos salesianos na Síria em favor das famílias mais afetadas pelo terremoto, os salesianos da Espanha também se mobilizaram, ativando dois canais de doação por transferência bancária, acessíveis aqui.

Fontes: Salesianos.info, Misiones Salesianas

InfoANS

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