Argentina – Dois ícones em homenagem a Santo Artêmides Zatti: "São orações transmitidas por meio das cores"

19 outubro 2022

(ANS - Buenos Aires) - O artista salesiano P. Víctor Sánchez criou recentemente duas novas pinturas em madeira, em homenagem ao novo Santo, Artêmides Zatti SDB, e hoje nos revela o que está por trás da arte dos ícones.

Victor Sánchez tem 54 anos, é sacerdote há 15 e se define um entusiasta da iconografia. “Faço este tipo de pintura há cerca de 20 anos”. Sua "coleção" é composta por uma centena de pinturas, distribuídas por todo o mundo.

O P. Sánchez une duas vocações. “Gosto muito de trabalhar com madeira; considero-me um artesão”, diz. Mas sua mente e seu coração abrigam uma preocupação com as crianças. O espaço da catequese o motiva e o estimula. Se há uma coisa em que o P. Sánchez pensa constantemente é "como chegar aos jovens através da arte?". Ele procura fazer isso, por exemplo, com os jovens e as jovens da Residência Universitária Salesiana de Córdoba, que acompanha e escuta diariamente.

Entretanto, quando se põe a trabalhar, é geralmente porque recebeu um pedido. "As pessoas me pedem orações e me passam textos bíblicos, a partir dos quais me concentro em oração sobre uma imagem, uma situação... Todo ícone tem um trabalho de oração: antes - durante - depois". Assim, mais que um tipo de arte, a iconografia se constitui numa forma de rezar.

O primeiro ícone que pintou, por ocasião da canonização do enfermeiro santo, foi o de Zatti aprendendo a arte de curar, observando como este santo nos convida a viver o carisma a partir da urgência de se ajudar a quem precisa de mais cuidados".

Inspirado no Salmo 30, o ícone quer representar a experiência de Zatti a partir do carisma salesiano. “Sinto que ele passou por todo um processo de consagração a Deus. Mas também O encontrou no rosto das crianças e dos pobres, o que é muito característico do nosso carisma”.

A imagem evoca uma estrada de montanha, porque é um lugar simbólico do encontro com Deus. Ao lado de Zatti há um Jesus adolescente, vestido de azul e vermelho. Um “Jesus” – como Zatti considerava cada um de seus pacientes – pintado com as cores de sua divindade e de sua humanidade; adolescente, porque Zatti se refere à experiência de Dom Bosco: "encontrar Deus nos jovens".

O artista explica ainda que "ser remédio de Deus significa deixar-se acompanhar por Jesus. É Ele que nos ensina a curar, a curar o coração das crianças: curar, mas também deixar-se curar". Esta é a experiência que ele fez, como sacerdote, e que também fez S. Artêmides Zatti: "Zatti abraça a criança e o jovem doente, mas também se deixa curar por Deus".

‘O Sr. Zatti, Bom Samaritano de Jesus’ é a segunda pintura sobre o novo santo salesiano. Inspirado na parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-37), ele nos convida a renovar o olhar. No lugar dos feridos se encontra o próprio Jesus: mas, como assim, se é Ele quem socorre?

O P. Sánchez responde com simplicidade: o texto termina assim: "Vá e faça o mesmo". Em outras palavras, somos todos convidados a ser samaritanos. Às vezes podemos dizer 'me aproximo do sofrimento', quando, na verdade, ainda estou longe. Não: até mesmo a dor precisa ser acolhida, amparada e aliviada”.

A pintura nasceu de uma catequese de Francisco. O Papa falou em como ser samaritano baseado na caridade e na misericórdia. Estas palavras ficaram na memória e no coração do artista salesiano, que conseguiu traduzi-las em formas e cores.

“A caridade em termos de amor interior, mas também de ir ao encontro e manifestar misericórdia aos outros. Contemplá-los, mas também assumir aquela dor. Porque, se não cuidarmos da dor dos outros, talvez o carisma se torne apenas uma boa intenção. E é justamente neste ponto que, enquanto Zatti realiza a ação de ter misericórdia para com Jesus, ele também sente objeto de sua misericórdia”.

Certa vez disseram a Zatti que, por questões de espaço e recursos, só poderiam acomodar 30 pacientes. E ele respondeu: "E como vou fazer se o 310 for Jesus?".

Por isso, o P. Sánchez acrescenta: “Trata-se de perguntar-nos o que acontece a quem deixamos de fora, a quem não chega, a quem está fora do alcance do nosso olhar”.

A imagem é completada pela presença de uma criança e um jovem. "Os destinatários do carisma! - conclui o autor -. O carisma de Dom Bosco se nutre da medicina que vem das crianças. Hoje acabamos assustados com tantas realidades juvenis; mas também aprendemos coisas novas. Para curar, para apoiar. Este Jesus convalescente é sustentado pelos jovens”.

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