“Esse trabalho em parceria é muito bom porque quando a gente sai daqui, já sai com uma lista de crianças nas aldeias já identificadas com baixo peso, muito baixo pesou ou já é caso de desnutrição e, por isso, precisam de acompanhamento. Quem passa esses dados é a equipe de saúde que está na área local e informa a nutricionista na cidade”, revela o diácono salesiano.
A visita é muito simples: a nutricionista constata o baixo peso ou caso de desnutrição da criança e orienta a família para que faça o encaminhamento para a CASAI em Campinápolis, para que se faça a internação. Na CASAI é realizado um melhor acompanhamento nas refeições, com alimentação várias vezes ao dia, com o acompanhamento da nutricionista para que a criança saia daquele quadro de baixo peso, adquira o seu peso normal e, uma vez feito esse trabalho, retorne para a aldeia.
Uma das dificuldades enfrentadas pelas equipes neste trabalho é que existe uma resistência por parte de alguns pais indígenas em permitir que seus filhos sejam encaminhados para a CASAI, devido às condições estruturais do local para abrigar os acompanhantes das crianças. Existe também o receio de que a criança ou o adulto que a acompanha tenham contato com pacientes de outras doenças, como a covid e sejam contaminados. “Aqueles casos em que os pais não querem trazer, e a gente não pode obrigar, nós entregamos um Kit que a pastoral da criança oferece. É um ‘kit sopa’ contendo legumes, macarrão, carne moída ou frango, conseguidos através de doações, que são repassadas para a família, para que aquela criança receba um pouco mais de alimento diário. O desafio é que muitas vezes a comida é pouca e na família tem muita gente, e aí não é toda família que destina aquele alimento para a criança que está realmente precisando”, lembra José Alves.
Na visita da semana passada, além das crianças previamente identificadas com baixo peso e desnutrição, outras também foram encontradas na mesma situação. São crianças de 0 a 6 anos que passam por uma avaliação periódica dos técnicos da CASAI e da Pastoral da Criança. “Essa parceria com a CASAI é muito positiva, porque tendo alguém da saúde, no caso, a nutricionista, e também as enfermeiras que já atuam lá em área, passando para a gente esses casos mais graves, a gente já procura intervir junto à família e junto aos órgãos responsáveis aqui na cidade de Campinápolis. E a Missão Salesiana, na paróquia, é grata à coordenadora Deusmira e também à equipe de saúde que faz esse trabalho junto às crianças indígenas”, finaliza o missionário salesiano.