“Trasportam malas pesadas, vão a buscar água, catam e vendem peças de metal, garrafas de plástico vazias, vidro... A maioria deles é desnutrida ou doente. Dormem com um olho só... por medo de que alguém lhes roube as poucas – míseras – coisas que possuem. Têm medo, são maltratados, estão perenemente cansados e famintos...”, acentua o salesiano.
Os Salesianos estão no País desde 1964. E faz mais de 50 anos que se ocupam principalmente de acolhimento, instrução e formação profissional, com projetos voltados exatamente aos mais jovens, às crianças e aos meninos de rua.
Em Rango, na cidade de Butare, no Sul do Ruanda, desde 1996, com a paróquia São João Bosco e o Centro de Formação Profissional, os missionários levavam para a frente cursos de todo gênero: construção, alfaiataria, soldagem, marcenaria, disciplinas de hotelaria, mecânica, cozinha, cursos para cabeleireiro – uma enorme oferta formativa para ajudar a construir um futuro melhor para esses menores em situação de rua... – perto de 7000, segundo a Unicef, em todo o Ruanda, número que viu um incremento importante com a crise econômica causada pela pandemia, pela suspensão das aulas, pelo nível de violência doméstica que muito cresceu nos últimos anos.
“Os meus irmãos de Rango começaram para eles o ‘Don Bosco Children Ejo Heza’, programa que prevê uma primeira abordagem dos menores, na rua, e a inclusão num percurso de reabilitação psicológica, educativa e social, que culmina, se possível, com a reinserção na família”.
“Ejo heza”, que na língua local significa “Amanhã será melhor”, foi iniciado no começo da pandemia, na primavera de 2020. “As crianças de rua começaram a bater à porta da nossa paróquia de Rango. Com o passa-palavra, visto que os seus colegas foram bem acolhidos, agora vêm chegando em grande número. Queremos que voltem à escola e recomecem a viver com os Pais, porque têm direito a um presente de crianças serenas e a um futuro de adultos honestos” – conclui o salesiano.
Para mais informações, visitar o sítio: www.missionidonbosco.org