Sudão do Sul – Gladys, de jovem refugiada a motorista das Nações Unidas

23 junho 2021

(ANS - Juba) - Gladys é uma jovem sul-​sudanesa de 25 anos, já viúva e mãe. Ela é uma das protagonistas do documentário “Palabek. Refúgio da Esperança”, produzido pela Procuradoria Missionária Salesiana de Madri, “Misiones Salesianas”, para contar a história dos refugiados acolhidos no campo de Palabek, Uganda, e dos salesianos que trabalham ali. Gladys sempre soube que, para proporcionar a Martin um futuro melhor, precisaria estudar muito. Por isso, quis aprender a consertar motocicletas na escola técnica salesiana de Palabek e, há poucas semanas, realizou seu sonho: obter um emprego como motorista profissional a serviço das Nações Unidas de Juba, capital de seu atormentado país, Sudão do Sul.

A guerra forçou Gladys a fugir de sua casa para buscar um futuro melhor em outro lugar. Ela se refugiou em Uganda, foi acolhida em Palabek e precisou deixar seu filho em sua aldeia natal, aos cuidados da avó. Para rever o filho e a mãe, Gladys, sempre que podia, nos fins de semana, alugava uma motocicleta e voltava pra casa.

Após passar por três campos de refugiados, além de desejar a paz, Gladys só tinha um sonho: ser motorista profissional. Para isto, frequentou um curso de conserto de motocicletas na Escola Técnica Dom Bosco de Palabek, a única mulher da turma. "Não me importa que todos os outros sejam homens, quero aprender a consertar motocicletas para evitar correr riscos quando viajo ao Sudão do Sul", costumava dizer. Ela não desanimou nem quando era obrigada a levantar de madrugada e caminhar mais de seis quilômetros todos os dias para assistir às aulas.

Gladys hoje tem 25 anos e Martin tem 4. Ela participou da primeira turma de graduados da Escola Técnica Dom Bosco. Durante os estudos, ela também costurava para pagar as viagens dos finais de semana. Ao terminar o curso, graças a seu comprometimento e envolvimento, a jovem começou a cuidar do almoxarifado da escola técnica. Graças ao apoio de “Misiones Salesianas” e da ONG salesiana “Jóvenes y Desarrollo”, ela também aprendeu a dirigir e tirou a carteira de habilitação.

Nas últimas semanas, Gladys participou de um teste para a sede da ONU em Juba e foi contratada. A alegria foi tão grande que a jovem voltou a Palabek somente para agradecer aos salesianos a oportunidade que lhe deram com a formação na escola técnica "Dom Bosco".

A despedida foi, na verdade, um “até logo”. Porque Gladys - mulher, jovem, pobre, refugiada, mãe e viúva, mas acima de tudo uma lutadora vigorosa - quer permanecer em contato com os salesianos e realizar todos os seus sonhos. O próximo desafio é continuar a estudar para que seu filho Martin possa ter um futuro melhor e viver em paz.

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