Wafa vive na Itália. Ela veio da Tunísia há 20 anos com o marido, tem três filhos e, até recentemente, o trabalho do marido como pedreiro conseguia sustentar a família, mas, com a pandemia, a demanda por mão de obra diminuiu e “manter cinco pessoas sem salário é impossível”, testemunha.
Os beneficiários do vales-compra são pessoas originárias do Senegal, Tunísia, Equador, Leste Europeu e alguns da Itália; todos moram em Sampierdarena há anos e, se antes da pandemia conseguiam manter a família, mesmo com dificuldades, hoje não conseguem mais. O total distribuído em Sampierdarena é de 30 mil euros, um alívio importante numa realidade como essa que está em torno da Paróquia Dom Bosco.
A seleção das famílias a serem ajudadas pelos vales-compra foi trabalhosa, realizada pelo P. Pierdante Giordano, pároco de “Dom Bosco”, com os voluntários do grupo paroquial Caritas e com o “Nodo sulle Ali del Mondo”, correspondente da agência “VIS” e da ONG “Salesianos pela APS Social”, em Sampierdarena. Eles começaram pelas famílias já atendidas pela própria Caritas e pela “San Vincenzo”, tomando como base os membros que formam o núcleo familiar, o Indicador de Situação Econômica Equivalente (ISEE), a possível perda do trabalho de um dos membros e a idade dos filhos, entre outros fatores; e este trabalho também foi ampliado para fora da paróquia.
A Caritas de Sampierdarena, por meio dos salesianos de Dom Bosco, há anos ajuda várias famílias da região em condições de pobreza: “Atualmente estamos acompanhando 180 famílias, e estas 72 são as mais necessitadas entre aquelas que semanalmente recebem as cestas básicas do Banco de Alimentos, distribuídas pelos jovens da 'Dom Bosco'. O vale-compra representa uma grande ajuda para esses núcleos que, no entanto, continuaremos a ajudar”, acrescenta.
“O projeto deste cartão de compras recarregável nasceu a pedido dos salesianos italianos, que se perguntavam como poderiam apoiar as famílias nesta pandemia. Trata-se de um projeto de cooperação, realizado em colaboração com os Estados Unidos e que não se limitou apenas aos vales-compra: contou também com a distribuição de itens de proteção (quando, no ano passado, ainda eram difíceis de se encontrar), além de 470 ‘tablets’ em toda a Itália, para que as pessoas que não tinham condições de comprar o aparelho tivessem condições de acompanhar o ensino à distância", afirma Michela Vallarino, vice-presidente do VIS.