Todavia, essa situação acabou por se revelar muito mais complicada do que se esperava, tanto para os jovens quanto para os pais, porque educar os filhos em casa não era uma tarefa fácil e a situação comprometia seriamente o desempenho acadêmico dos alunos. Assim, a pedido dos pais e com o consentimento das instituições e da missão Wasakentsa, todos os alunos regressaram às salas de aula, de segunda a sexta, priorizando o ensino das disciplinas mais importantes.
A pandemia não impediu que os missionários salesianos de Wasakentsa viajassem pela selva para visitar as várias comunidades ‘ashuares’. Um deles é o P. Agustín Togo, que afirma que, durante a pandemia, a NAE (Nacionalidade Achuar do Equador) enviou pessoas formadas às comunidades da Amazônia para realizar oficinas sobre medicamentos naturais. “Para os habitantes dessas comunidades é muito importante saber como aproveitar os benefícios das plantas”, explicou o P. Togo.
Mesmo quando não há dispositivos de proteção, como as máscaras, ou quando é difícil encontrar medicamentos tradicionais, o P. Togo pede para ser tratado com os instrumentos disponíveis, confiando sempre em Deus: “A Fé em Deus - diz ele - é muito importante para poder superar a pandemia, tanto quanto é importante a ajuda mútua”, acrescenta.
Na Missão Wasakentsa, no entanto, não se fala somente de tratamentos médicos ou pandemia. O próprio P. Togo está desenvolvendo diversos projetos, como o esporte e a redação de uma cartilha sobre futebol. Na cartilha, destacará os valores humanos desse esporte, que muitas vezes estão ligados a valores culturais e cristãos. A cartilha será, portanto, não somente um conjunto de regras e descrição desse esporte mas um verdadeiro guia para os responsáveis pela formação dos alunos.
O opúsculo será redigido em espanhol. Mas não está excluída a ideia de traduzi-lo e adaptá-lo à língua achuar, visando facilitar-lhe a compreensão nas comunidades amazônicas.