Nascido em Bolesław, na ex-Slesia prussiana, aos 14 de dezembro de 1869, em numerosa família de camponeses, Inácio vive uma primeira intensa experiência de Fé na escola, onde o professor Jan Kolibaj, grande devoto de Nossa Senhora, o interpela acerca da vocação sacerdotal. As suas bem precárias condições de saúde improvisamente melhoram quando um “boticário popular” não só lhe modifica o regime alimentar mas também lhe ‘prediz’ o sacerdócio. Mas tal sonho se poderá concretizar muitos anos depois, e não sem algumas dificuldades devidas a circunstâncias externas, alheias a ele.
Muitos lhe falaram de Dom Bosco e, depois de várias vicissitudes, em 1894, está em Turim, acolhido e acompanhado em seu caminho vocacional pelo P. Miguel Rua, I Sucessor de Dom Bosco. Inicia em Valsálice o aspirantado. Ali conhece o Venerável P. André Beltrami que lhe marcará a caminhada de Fé e a sua missão. Em 1895 inicia o noviciado em Ivrea. Às vésperas dos votos vive um momento de crise vocacional, que supera, graças à ajuda paterna do P. Rua que o exorta a fazer logo a Profissão Perpétua, feita realmente em 29 de setembro de 1896.
Em 1901 Inácio é ordenado sacerdote pelo Arcebispo da Gorícia, Cardeal Missia, e, até 1910, se dedica aos meninos pobres, distinguindo-se como procurado confessor e experto guia espiritual: são anos de muito sacrifício, mas de grande fruto espiritual para as vocações. Em seguida, está na Eslovênia, entre Liubliana e Verzej, até 1924, dedicando as suas energias à manutenção das obras salesianas e à construção do lindíssimo Santuário de Maria Auxiliadora, em Liubliana. De 1925 a 1927 está de novo na Itália, em Perosa Argentina (Turim), como encarregado da formação de jovens provenientes de suas terras de origem - a Boêmia e a Morávia - visando inserir a Congregação salesiana “no Norte”, segundo as palavras proféticas a ele ditas anos antes pelo P. Rua. Em 1927 volta à pátria, a Fryšták, onde desempenha cargos de governo, inclusive, desde 1935, de Inspetor (Boêmia, Morávia, Eslováquia), vendo um florescimento extraordinário de presença salesiana. Enfrenta tanto a Segunda Guerra Mundial quanto a difusão do totalitarismo comunista: em ambos os casos, as obras salesianas são requisitadas, os irmãos arrolados ou ‘desaparecidos’; e ele vê de repente destruída toda aquela obra a que consagrara sua vida.
40 dias antes da fatídica “Noite dos bárbaros”, em março de 1950, é atingido por apoplexia: transcorre então os últimos três anos de vida, antes na casa de saúde de Zlín, depois, em Lukov, sempre vigiado pelo regime e isolado dos irmãos. Realiza-se assim a sua profecia: que morreria só. Mas ao redor do seu leito florescem a paz e a alegria, que ele irradia abundantemente. A grandíssima estima que ele sempre suscitara nos Superiores e sua grande capacidade de amar e fazer-se amar, florescem então mais do que nunca em fama de santidade. Apaga-se serenamente na noite de 17 de janeiro de 1953.
Ecônomo, prefeito, vice-diretor, diretor, inspetor, o Servo de Deus desempenhara, em grande parte de sua vida, cargos de responsabilidade. Tal como o P. Rua, por ele tomado como exemplo, era considerado “a regra viva”, testemunha eficaz do espírito de Dom Bosco e capaz de transmiti-lo às gerações sucessivas, em contextos muito diferentes dos da Turim do Oitocentos. «Inácio Stuchlý foi um religioso que não escreveu “Regras”, mas as cumpriu». Em contextos difíceis e enfrentando-os com grande Fé e Esperança, deixa-nos uma mensagem de grande atualidade: «Trabalhemos enquanto é dia. Quando baixar a noite, Deus o fará».
Sítio web https://istuchly.cz/