Partindo com dois coirmãos – o filipino P. Fernandez Rolando e o jugoslavo José Kramar – , saudara Manila no dia da sua festa nacional; e era o dia do Coração Imaculado de Maria, “o melhor presságio”, como ainda recorda o P. Barbero.
Enfiou-se por entre florestas de palmeiras e águas paludosas sem brandir o crucifixo: antes de tudo devia entrar em contato com o povo tal como era, torná-lo amigo, conhecer sua cultura. Não se propusera batizar inteiros povoados, mas buscar os traços de Deus em cada indivíduo, descobrir seu modo de pensar e uma possível predisposição para o Anúncio cristão.
“Não converti ninguém” – afirma fazendo o balanço dos seus anos até aqui passados em Papua-Nova Guiné. Na verdade, preparou o terreno para que no momento oportuno o semeador pudesse intervir.
A realidade enfrentada não é simples: casas em palafitas, floresta avara de produtos comestíveis, presença de um alimento-droga que cria consequências na saúde, tubarões no mar, ausência de estruturas médico-sanitárias acessíveis… Também, em nível social, a situação não é fácil: os habitantes dos povoados se fazem sugar pelos vórtices das grandes cidades; as pessoas estão dispostas a ajudar, se disso lhes advier alguma vantagem. A mesma proposta religiosa se avalia por critérios de utilidade material...
Como missionário, isto é, como autêntico anunciador do Reino de Deus, o P. Barbero se empenha por ouvir, esperar, falar individualmente à consciência quando se lhe abrir alguma brecha. E partilha tudo com a população local: pegou a malária como a maior parte da gente pega, comeu enlatados como refeição única, partilhou espaços aonde não chega a energia elétrica e onde a água referve de bactérias… Mais: não tendo nunca recusado a dar a mão, ou um abraço, a um leproso, também ele contraiu o mal de Hansen, com danos colaterais aos nervos ainda hoje mui presentes nos pés, de modo a fazer-lhe dizer que são a dor dos pregos de Jesus na Cruz.
A primeira obra a que se dedicou foi um Centro de Formação Profissional, que, à distância de anos, se tornou a menina dos olhos do sistema formativo em todo o Arquipélago. Na capital, Port Moresby, desejou que fosse visível também a presença de Nossa Senhora, com um Santuário dedicado a Maria Auxiliadora para recordar que tudo começou sob a Sua proteção.
Festejou os ‘40 anos de missão em Papua-Nova Guiné’ no último verão enquanto se encontra em sua Novara (Itália), onde ainda está bloqueado por motivos sanitários. Mas tão logo as disposições contra a pandemia lho permitam, deseja voltar para a sua terra de eleição.