Augusta foi uma vítima indireta do coronavírus. O medo de contrair o vírus fez com que parasse de ir ao hospital para tomar os remédios retrovirais para a sua doença.
Órfã desde pequena, forçada a vender comida nas ruas, ela decidiu fugir de casa e começou a sobreviver nas ruas. Foi explorada e abusada, espancada e roubada, e no fim também ficou doente.
Aos 16 anos, sua vida mudou quando um missionário salesiano se aproximou dela e ofereceu uma saída para abandonar as ruas e a exploração. Assim, retomou os estudos, concluiu o ensino médio, estudou hotelaria e fez um estágio em um restaurante. "Ela sempre fez questão de pagar por seus estudos" – lembra o P. Jorge Crisafulli SDB, Diretor da obra "Don Bosco Fambul”, de Freetown.
Em 2018 participou da 38ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e ofereceu seu testemunho em uma mensagem gravada. Também participou de várias outras reuniões, sempre comovendo todos aqueles que ouviram seu testemunho. Em Bruxelas, foi recebida pelo então Presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, e participou, com o atual Cardeal Michael Czerny, de uma reunião da COMECE (Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia) sobre a ação da Igreja Católica contra o tráfico de seres humanos.
Em Malta, a jovem participou do evento europeu ‘Lost in Migration’, com o documentário “Love” e de uma mesa redonda sobre o tema ‘Proteção de Menores no Caminho da Migração: Origem, Trânsito e Acolhimento’.
Em Roma, graças ao interesse pessoal da jornalista do ‘Vatican News’, Patricia Ynestroza, Augusta teve a oportunidade de participar de uma audiência com o Papa Francisco na Praça de São Pedro. "Foi o dia mais feliz da minha vida", disse a jovem.
Também em Turim teve a oportunidade de conhecer o Reitor-Mor dos Salesianos, P. Ángel Fernández Artime. Na Basílica de Maria Auxiliadora, orou junto aos Santos salesianos.
Com o documentário "Love", em que Augusta é protagonista, conseguiu mudar a vida de muitos menores em Serra Leoa: o governo do país começou a enxergar estes menores como as vítimas que são, decretando novas leis que impedem sejam presos pela polícia.
"A morte a levou em seu melhor momento. Ela realizou seu sonho e nos deixa uma mensagem muito clara: há sempre uma segunda chance na vida. Ela conseguiu. E é por isso que outras garotas hoje podem seguir seus passos” – garante o P. Crisafulli.
Durante as filmagens de "Love", Augusta pôde dizer: "Hoje estou feliz. Ninguém ri mais do que eu. Ninguém me usa. Faço meu trabalho, ganho meu dinheiro por isso. E amo o que faço".
Fonte: Misiones Salesianas