Como foram esses dias?
Vivemos três grandes momentos de reflexão. O primeiro dia foi dedicado ao caminho sinodal, com especial atenção ao método utilizado: porque o Sínodo da Juventude ensina, em primeiro lugar, um estilo de caminhar, de ter uma palavra para todos, de escutar. O segundo dia foi dedicado à Exortação Apostólica Christus Vivit, para que todos a pudessem sentir. No terceiro, discutimos o grande tema da recepção: como inaugurar novos caminhos, novos itinerários, novas perspectivas?
No sábado de manhã, o Papa nos recebeu em audiência, saudou os jovens, um por um, e apresentou os temas das três próximas JMJ, que serão pontuados pelo verbo "Levante-se", em uma perspectiva de Ressurreição e de consciência daquilo que os jovens podem dizer ao mundo e à Igreja.
Quais as principais perspectivas?
Vou citar as palavras que emergiram do Sínodo. Em primeiro lugar, "Sinodalidade". O grande pedido dos jovens à Igreja é que se saiba viver e trabalhar juntos, que seja um sinal luminoso de fraternidade. Os jovens nos lembraram quanto a comunhão seja a primeira e mais importante forma de evangelização.
A segunda palavra é "Vocação". Todos são chamados a fazer sua parte numa perspectiva missionária. A grande pergunta que o Papa Francisco faz a todos os jovens não é "Quem sou eu?", mas "Para quem sou eu?".
A terceira é "Discernimento". O Papa Francisco não nos oferece soluções pré-estabelecidas: pede aos jovens que se coloquem diante de Deus numa dinâmica contemplativa e excitante, na qual somos todos sujeitos ativos.
O que tudo isso significa para a Família Salesiana (FS)?
Significa, principalmente, tornar os jovens companheiros de viagem. Não apenas como destinatários mas como sujeitos ativos da Pastoral. Dom Bosco sempre acreditou nos jovens: o ato fundador da Congregação foi assinado por meninos de 14 a 15 anos. A Igreja hoje nos pede um entusiasmo renovado para começar a partir daí.
Olhando para o Capítulo Geral 28 (CG28): que salesianos para a juventude de hoje?
Há que haver um salesiano que confie nos jovens; que saiba questionar-se diante dos desafios de nosso tempo numa renovada laboriosidade cultural; e que tenha consciência da sua vocação específica pelos Jovens das minorias e mais pobres.