Qual é o coração do projeto?
Trabalhamos em relação a três direitos: saúde, educação e identidade. O direito à saúde é o primeiro passo para apoiar as crianças de rua, porque devido ao seu aspecto é-lhes negado o acesso aos hospitais públicos. Desenvolvemos então uma colaboração com uma clínica privada que nos permite mover-nos de modo rápido e gratuito com as crianças.
Além disso, muitos não têm identidade! Sem a certidão de nascimento, não podem requerer nenhum direito! Conseguimos encontrar advogados que nos ajudam, mas os passos são longos e custosos.
Enfim, procuramos aumentar a consciência sobre o direito à educação. Encaminhamos as crianças para as escolas públicas. Para os mais velhos, habituados a cheirar cola e rebeldes a horários planejados, fazemos atividades didáticas através de jogos e de uma escola de alfabetização com horários flexíveis. A escola fica na frente de uma delegacia policial, num território neutro, um espaço que não pertence aos bandos que se dividem o bairro.
Como é o contexto de violência em que trabalham?
El Salvador é um dos países mais violentos do mundo! As famigeradas “maras” nasceram em El Salvador. Mas a violência não é só a dos bandos, é generalizada!
A rua é um espaço fora da lei. Já nos aconteceu estarmos aonde não deveríamos ter ido e recebemos ameaças de morte, ou tivemos que anular as atividades. Contudo, nunca nos sentimos tão seguros na rua como quando estamos com as crianças: elas têm uma incrível capacidade de proteger aqueles que as valorizam!
Do que precisam para que o projeto se desenvolva?
Há necessidade de um maior número de educadores pagos para satisfazer as exigências de muitos jovens. Tanto mais que a rua muda de um dia para o outro, o que é imprevisível, e se não estivermos presentes no momento certo, perdem-se as oportunidades de acompanhamento.
Para outras informações: https://www.fondationdonbosco.fr/ - https://terredesjeunes.wordpress.com
Fonte: Don Bosco Aujourd’hui