Olá, Krešo! Quer se apresentar?
Meu nome é Krešo Maria Gabričević, salesiano da Inspetoria Croata (CRO). Tenho 27 anos e acabo de me formar em Filosofia no Pós-Noviciado, em Roma. Estou muito feliz por assumir a vocação missionária e continuar a minha vida salesiana na Visitadoria de Papua-Nova Guiné – Ilhas Salomão (PGS).
O que o inspirou a tornar-se missionário?
Senti um profundo apelo no coração: uma como resposta ao convite de Dom Bosco a caminhar ao lado dos jovens mais pobres e esquecidos. O seu sonho de levar esperança, educação e o amor de Deus até aos cantos mais remotos do mundo, despertou em mim um desejo muito grande de dedicar minha vida no serviço dos outros. Ser missionário salesiano significa viver a consagração com paixão e construir um futuro melhor para os jovens, oferecendo a eles não somenteuma formação acadêmica mas também um ‘lar’, uma ‘família’, um lugar onde possam se sentir amados. No fundo, sinto que o Senhor Jesus me diz todos os dias: “A quem enviarei?”, Assim, o amor de Cristo me impulsiona a ir mais longe; a deixar tudo para ir ao encontro dos outros: a fazer da minha vida um dom para os mais necessitados.
Como você se sente em relação ao país para onde está indo: tem algum medo ou apreensão sobre o novo local, cultura ou pessoas?
Estou muito feliz pelo lugar a que fui destinado. Papua-Nova Guiné é uma terra rica em cultura e tradição, um lugar que oferece uma diversidade maravilhosa, tanto natural quanto humana. Cada passo em direção a este novo mundo é uma oportunidade de aprender e crescer. Sei que vou conhecer pessoas com valores e estilos de vida mui diferentes dos meus: e isso me emociona porque acredito que a missão é, antes de tudo, uma troca: não vou apenas para trazer algo, mas para receber, para deixar-me transformar pela beleza e pela sabedoria que ali acharei.
È claro que toda nova aventura traz incertezas. Haverá o grande desafio de me adaptar a uma cultura assaz diferente, de conquistar a confiança das pessoas... Apesar de tudo, há uma certeza no meu coração: è Jesus Cristo - o Bom Pastor – que me envia. Como dizia Santa Teresa do Menino Jesus: “Minha vocação é o amor”. E é precisamente esse amor que me impulsiona a seguir em frente, porque acredito que com paciência, escuta, humildade, podemos descobrir que as diferenças se tornam enriquecimento mútuo.
Qual foi a reação dos seus familiares, amigos e coirmãos quando você compartilhou acerca da sua vocação missionária?
Minha família ficou bastante surpresa; mas tanto o Pai quanto a Mãe simplesmente me disseram: “Já confiamos Você a Deus: vá aonde Ele o levar. Apoiamos sua decisão!". Acredito que eles compreenderam que esta vocação, este chamado, me veio do próprio Jesus. Quanto aos meus amigos, as reações foram variadas: alguns ficaram impressionados; outros... preocupados. Mas todos me apoiam, e incentivam a minha decisão. Meus Coirmãos salesianos, então, me deram o MAIOR apoio.
Quais são seus planos e sonhos para sua vida missionária?
Os meus planos são simples, mas profundos: viver plenamente o Evangelho e levar a esperança de Cristo, aos jovens e às pessoas mais excluídas. Sonho me tornar sinal do amor de Deus em todos os lugares para onde for mandado, criando relações baseadas na confiança, na escuta, no serviço. Gostaria de ajudar a construir comunidades onde os jovens possam descobrir o seu valor, receber uma educação/instrução, crescer num ambiente de carinho, amor, solidariedade. Também desejo me deixar transformar pelas pessoas que encontro, aprendendo com elas, crescendo juntos na Fé. É neste espírito que quero viver a minha missão, confiante de que o Amor de Cristo superará todas as barreiras. Em última análise, meu objetivo é caminhar ao lado deles – jovens, pessoas... - e não acima deles, partilhando a Fé e o Amor que nos une, e visando que, por meio da minha vida, outros possam encontrar Cristo e sentir-se amados por Ele.
Entre os grandes missionários, há algum modelo cujo estilo de vida e devoção você gostaria de imitar?
Entre os grandes missionários estão São Calisto Caravário, sacerdote; São Luís Versiglia, bispo; e o Venerável Vicente Cimatti, sacerdote (todos salesianos). Mas um modelo que desejo seguir é o Servo de Deus Carlos Braga, conhecido como o “Dom Bosco das Filipinas”, por sua capacidade única de encarnar o espírito salesiano num contexto cultural diferente. Sua extraordinária humildade e adaptabilidade permitiram-lhe construir relacionamentos profundos com as pessoas que servia, respeitando as tradições locais e levando a mensagem de Cristo com alegria e simplicidade. O P.Braga não só ensinou: também aprendeu com as pessoas com quem trabalhou, transformando a sua missão numa autêntica troca de amor e confiança.
Qual é a sua mensagem aos jovens sobre a escolha e a vocação missionária?
Minha mensagem é: não tenham medo de responder ao chamado de Deus, mesmo quando parece Ele que os afasta do que vocês conhecem. A vocação missionária é uma ‘aventura’ que transforma a vida, porque não apenas nos impele a servir os outros, também nos permite descobrir de forma profunda a beleza da nossa Fé. Todo passo dado com amor a Deus e ao próximo os aproximará do verdadeiro sentido da vida: doar-se ! Se Vocês sentirem no coração o desejo de ser luz para os outros, saibam que não estão sozinhos. O Senhor caminha junto, os apoia, os guia. Responder ao Seu chamado é não só ato de coragem; é e será também fonte de verdadeira felicidade. Repito, pois, a cada Jovem: “Seja forte e tenha bom ânimo; não tenha medo nem se assuste, porque o Senhor seu Deus, estará consigo por onde Você andar” (Josué 1,9).