Itália – Os 100 anos do P. Bruno Bertolazzi, toda uma vida para contar

(ANS – Potenza) – 100 anos bem empregados, com numerosos percursos bem-sucedidos e com tantos chistes e jocosidades por partilhar. Mas sobretudo 100 anos de vida doada aos outros. Esses os anos vividos pelo salesiano P. Bruno Bertolazzi, que passou do uniforme militar envergado durante a II Guerra Mundial, contra os nazistas, “àquele de Dom Bosco”, em favor dos jovens e da Congregação Salesiana. Hoje reside em Potenza; ainda concelebra a Santa Missa e usa o Facebook para manter-se em contato com os muitíssimos ex-alunos que ainda o procuram.

Nascido em Carpi, Módena, de “um industrial da seda e uma professora, como se usava então nas boas famílias”, transfere-se muito cedo a Treviso. Depois do Liceu clássico, matricula-se em Direito, em Pádua. Laureia-se com o grau de Sargento, porque nesse meio tempo iniciou a Guerra e ele fez o curso para Alunos Oficiais, em Nápoles.

Já feito Tenente, lhe chega a notícia do armistício enquanto serve em Trani, e participa da batalha de Montelungo (dezembro de 1943), a primeira em que soldados italianos combatem contra o ex-aliado nazista, obrigando-o a retirar-se.

Um torvelinho de trasferências, sempre no Centro-Sul. Depois Nápoles e Torre Annunziata a fazer de ajudante a grada Patente, que o assume com benevolência. E ali chega a vocação, indo a uma partida no oratório salesiano: “Me agradou muito o ambiente. Partida, não houve porque choveu e o grupo dos salesianos se refugiou na igreja. Era o mês de Maria Auxiliadora. Gostei dos cantos. Voltei no dia seguinte. E também no terceiro... Bati um papo enorme com tantos jovens salesianos e me perguntei: poderia também ser esta a minha vida. Ali explodiu o amor”.

Já tinha emprego marcado em Treviso, porque a mãe o queria perto de si. “Mas Dom Bosco levou a melhor. E esta é a minha vida: salesiano”. No dia 20 de dezembro de 1952 foi ordenado sacerdote em Soverato. “E minha mãe veio e fez a paz com os Salesianos: foi recebida muito bem, hospedada no Instituto. O Diretor lhe fazia ‘dar a boa-noite’ aos meninos. Enfim, criou-se... família” – afirma, utilizando uma expressão que é um objetivo e também um jeito de entender a vida.

Depois da Teologia, volta de novo à Universidade para a láurea em Filosofia, para poder ensinar. E recomeçam as transferências para os variados encargos que é chamado a desempenhar na Congregação: Soverato, Táranto, Brindes, Bári, Corigliano d’Otranto, Nápoles, Castellammare, Lecce… Sem esquecer os seis anos como Diretor da Casa Geral, em Roma: “Havia 92 Coirmãos de 20 nacionalidades diferentes”, entre os quais o Reitor-Mor, P. Egídio Viganó. “Há uma foto em que estou sentado em seu lugar”, relembra, sorrindo consigo mesmo. Recorda também, comovido, as últimas horas, enquanto Lhe segura a mão.

Aos 80, continua muito ativo:  é enviado a Potenza, onde assume o encargo de assistente dos universitários. Esse encargo ‘potentino’ é o mais longo de sua vida.

“Mas acho – diz sorrindo - que não haverá outras... transferências”.

InfoANS

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