Quais são os principais desafios e dificuldades para os jovens necessitados na Itália?
A pouca estima de si. Têm a sensação de ter fracassado. E, para enfrentar esse problema, assumem atitudes até violentas. Outros ao invés recorrem a substâncias psicotrópicas: mas, passado o efeito, o problema emerge pior do antes. Outra dificuldade liga-se à incapacidade de alguns pais de desempenharem seu papel. O desafio aqui é ativar estratégias que não tragam dano a ninguém. Ao fazer isso, nós, como ensina Dom Bosco, nos colocamos a seu lado.
Quais as linhas estratégicas e os principais projetos levados à frente?
A Federação agrega não só obras salesianas mas também organizações parceiras, dirigidas por leigos, que se alinham com o carisma de Dom Bosco. É uma riqueza. Põe-se em prática a ‘corresponsabilidade’ de que falava o CG24.
Trabalhamos no âmbito da marginalização, acolhendo crianças/adolescentes em 31 ‘Casas-Lares’ e temos obras que se ocupam de dependências. Uma estratégia é habilitar os jovens a uma sadia cultura do trabalho. Ultimamente temos intensificado esforços por acolher migrantes e refugiados, especialmente se crianças/adolescentes não-acompanhados.
A Federação dirige para os Salesianos também o Serviço Civil, que neste ano envolve 1200 jovens. E em todas essas atividades chegou-se a entretecer uma rede muito linda, com realidades não-salesianas, do assim chamado ‘Terceiro Setor’: um intercâmbio muito enriquecedor, que nos transforma em “Igreja em saída”.
Exemplos de boas práticas?
O projeto “Casas de Dom Bosco”, ativado em Catânia, Locri, Foggia, nas periferias urbanas e... existenciais: além de combater o abandono escolar, deu início a atividades de socialização e educativo-pastorais. Outros projetos de sucesso são: o da acolhença de crianças/adolescentes estrangeiros não-acompanhados, realizado pela Associação ‘Dom Bosco 2000’, em Catânia, em sinergia com o VIS, VIDES e Inspetorias SDB e FMA, da Sicília; o da associação “Metacometa”, também na Sicília, que está construindo uma rede de famílias solidárias para a acolhença e a tutela de menores (crianças/adolescentes) estrangeiros e italianos; ou o centro diurno do 'Borgo Ragazzi Don Bosco', de Roma.
Olhando para o futuro?
Torço por uma sinergia muito maior em nível europeu. Passos foram dados: espero que se possam dar outros. Para o bem dos Jovens.