Soube Francisco enriquecer o caminho da Igreja com uma caridade sem limites. É o fruto de um amadurecimento iniciado durante os anos de estudos e continuado depois, nos nove anos como Sacerdote, sete dos quais vividos como missionário no Chablais, enfrentando hostilidades de todo o tipo. A sua estratégia era: reconquistar os corações, um a um, com a paciência e a doçura. A mesma tática, ele a manterá como Bispo: “Deus arrebatou-me de mim mesmo para Si e doar-me ao povo. Isto é: transformou-me do que eu era para mim para aquilo que devia ser para eles” – escreveu numa carta a Joana Francisca de Chantal, no dia da sua Ordenação episcopal.
O ‘coração’ é o conjunto de toda a sua vida e da sua herança espiritual, da qual brota também o dom que, através de Margarida Maria, chegou a toda a Igreja. A história espiritual de Dom Bosco é uma como grande árvore que nasce da mesma raiz. Quis que Francisco de Sales entrasse no nome daqueles que teriam continuado sua missão, porque é o mesmo coração a dar vida a tudo o que dele, Dom Bosco, nasceu.
Dois momentos especiais são como que testamento e símbolo do coração de Dom Bosco, vividos ambos na Basílica do 'Sacro Cuore': a Carta de Roma, de maio de 1884, na qual confia tudo o que lhe está mais a peito e pede aos seus salesianos de terem o mesmo coração que ele tem para com os Jovens; e a única Santa Missa por ele celebrada na Basílica, em 16 de maio de 1887, quando deixa voltar à memória do coração toda a caminhada da sua vida, vivida como “um único movimento de caridade para com Deus e para com os irmãos” (C 3).
Voltar a estas raízes abre de par em par a via de uma caminhada de renovação que recria o ‘coração novo’ com que ser SALESIANOS, segundo o coração de Dom Bosco, para os Jovens de hoje.