Ao longo da história os jovens são sempre jovens. Ousaria dizer que os jovens dos nossos dias precisam de salesianos que tenham o mesmo espírito daqueles primeiros que, em Valdocco e com Dom Bosco, vibravam ao ritmo do Espírito, sendo incansáveis cultivadores do “Dá míhi ánimas” (acentos do tradutor).
Naquela segunda parte do Século XIX, o nosso Fundador e os seus primeiros salesianos não tinham dinheiro: sustentavam-se com uma incredível confiança na Divina Providência e na Auxiliadora – a Madona de Dom Bosco –, que sempre recompensa a quem está disposto a expender a própria vida pelo bem dos jovens, pondo-a a seu serviço. O Santo dos Jovens ardia de zelo incessante, arriscando com frequência a própria vida. E todo esse seu zelo pastoral ele o transfundiu nos seus salesianos, contagiando-os inevitavelmente.
É por isso que, a meu ver, nestes como naqueles tempos, os salesianos devem ser felizes pelo dom vocacional recebido e prodigalizar a vida à semelhança de Jesus e do Fundador, cultivando a prioridade do ser sobre a do fazer, investindo cada dia na busca da santidade ‘cotidiana’, bem convencidos das razões profundas da sua vocação e missão: salesianos enfim que investem sua vida e dias na fidelidade à Aliança estreita com Deus, em favor da missão educativa, testemunhando serenidade. Serenidade e paz.
Outra característica, imprescindível: conservem “os três amores brancos” de Dom Bosco como devoções críveis e concretas: o grande amor à Igreja, representada no Papa; o amor filial a Maria, Mãe e Auxiliadora; e o amor, sobretudo, a Jesus Eucaristia.
Há que pôr-nos esta pergunta sempre, cada dia: ‘Que Salesianos para os Jovens de hoje?’. Obteremos a resposta nas palavras do Papa Francisco: o salesiano de hoje “deve ser um homem concreto, como o foi o vosso fundador; um salesiano que sabe olhar à sua volta: que vê as situações críticas e os problemas, enfrenta-os, analisa-os e toma decisões corajosas; um salesiano que é chamado a ir ao encontro de todas as periferias do mundo e da história, as periferias do trabalho e da família, da cultura e da economia, que – porque doentes – precisam ser curadas; um educador que abraça as fragilidades dos jovens que vivem na marginalização e sem futuro, que se curva sobre suas feridas e as cura como bom samaritano. O salesiano enfim é um portador de felicidade”.
Pela Ir. Rosa Teixeira FMA