por padre Denis Soro, SDB
Éramos dois jovens marfinenses de Abidjan: eu e Vincent. Espontaneamente, o padre Cesar demonstrou um interesse em nós, como se estivesse nos esperando há muito tempo: os detalhes de nossa viagem, as condições em que viajamos, se estávamos cansados... Vincent, em seguida, sussurrou em meu ouvido: "Este salesiano é como Don Bosco". Como resultado, imediatamente nos sentimos acolhidos e bem-vindos àquela cidade estrangeira, que víamos pela primeira vez.
O caráter familiar e sua sincera preocupação em descobrir o melhor da vida dos outros deram sentido ao rigor e à necessidade de vida que animava. Ele buscava a perfeição, tanto para si como para seus destinatários. Seu grande coração levou-o a viver sua vida e responsabilidades com paixão.
Seus muitos anos como formador e como Mestre dos Noviços (10 anos), forjaram nele um coração atento ao cuidado pastoral das vocações. Ele despertou e acompanhou muitas vocações, tanto na sociedade como na Igreja: casais, seminaristas, religiosos e religiosas, sacerdotes.
Guardo a memória de uma pessoa que era apaixonada pelo Evangelho de Cristo: não apenas um fiel mensageiro-anunciador, mas aquele que tinha o grande desejo de colocá-lo em prática em sua vida pessoal. O conhecíamos por sua "grande Bíblia" pessoal que levava em suas viagens e que enchia de anotações pessoais, resultado de suas meditações diárias.
O padre César cultivou e testemunhou em sua própria vida o valor da pobreza evangélica. Sempre humilde, dedicou-se ao trabalho manual na fazenda, na horta, na construção, pintura e limpeza.
Ele tinha uma grande preocupação pela inculturação contextualizada. Levo em meu coração o belo testemunho desses "raros missionários" que abraçam plenamente a cultura e a alma das pessoas que evangelizam. O padre César fez a sua linguagem, a piedade popular, a arte culinária e a sabedoria do povo togolês.
Padre César não está morto! Ele foi violentamente arrancado de nós!
Sua paixão pastoral pelos jovens de Uagadugu, especialmente os do Centro Profissional, e os projetos pastorais que ele liderou, ainda estão vivos.
Bendito és tu, Senhor, pela vida bela e exemplar do padre César. Que o sangue do padre César, derramado em solo africano, seja semente de cristãos e de vocações a serviço do Reino do Amor.