Pelo P. Tom Brennan, SDB
A sua primeira viagem, como Pontífice, foi a Lampedusa, centro nevrálgico no Mediterrâneo para a acolhida a migrantes e refugiados. A homilia pronunciada naquele dia foi um apaixonado pedido à Comunidade Internacional para que desse respostas concretas aos sofrimentos de todos aqueles que migram.
Também a Conferência Episcopal dos Estados Unidos (sigla em inglês USCCB) pediu, a toda a Igreja do país, sensibilizar a população sobre o tema, e patrocinou uma semana de oração e ação, de 7 a 13 de janeiro, sobre o tema “Muitas viagens, uma família”. Ao anunciar a semana e o tema, os Bispos chamaram “a atenção para o fato de que cada uma das nossas famílias tem uma história de migração: algumas recentes, outras no longínquo passado… Infelizmente, em nossa cultura contemporânea, não conseguimos, com frequência, encontrar-nos com os migrantes-como-pessoas: olhamo-los ao invés como desconhecidos, ou sequer notamos a sua presença… Durante esta semana, colhamos a ocasião para envolver-nos com os migrantes como membros da comunidade. Como vizinhos. Como amigos”.
À luz do debate atualmente feito nos Estados Unidos, a Declaração dos Bispos é importante; faz refletir; e parece oportuno e profético manter essa abordagem durante todo o ano. Trabalhar pela justiça e a dignidade de todos os povos não basta uma semana de oração, uma homilia, uma catequese… Requer que se trabalhe todos os dias para criar a cultura do encontro. Da inclusão. É preciso usar de todos os meios à disposição. Inclusive das redes sociais.
Em meio aos debates em curso: defenderemos nós a dignidade de cada um como filho de Deus? Falaremos com força da nossa comum humanidade, do nosso igual valor? Empenhar-nos-emos no diálogo, evangelicamente inspirado, para enfrentar os problemas derivados da imigração irregular? Seremos discípulos proféticos?
Como Salesianos, estamos habituados e entusiastas em acompanhar os jovens vulneráveis e marginalizados, e às suas famílias. A nossa experiência pode ajudar a conduzir o debate público sobre os migrantes e refugiados. Aceitaremos o apelo do Papa Francisco de contribuir para a criação de uma cultura tanto do encontro quanto da inclusão?