RMG – Contra a violência sobre as mulheres, partir da educação
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25 novembro 2016

(ANS – Roma) – “Quem está no erro, compensa com a violência o que lhe falta de verdade e força” – escrevia o grande literato alemão Johann Wolfgang Goethe; “a violência é o último refúgio dos incapazes” – disse outro grande escritor, Isaac Asimov. Talvez seja esta a chave de leitura para nos aproximarmos da terrível realidade da violência contra as mulheres. Contra isso, se celebra hoje em todo o mundo um dia de sensibilização e luta. A verdade, portanto, é que quem usa de violência é um fraco e, para circunscrever a violência, é preciso realizar uma mudança cultural.

Os dados difundidos pela Organização das Nações Unidas reportam que 35% das mulheres no mundo sofreram alguma violência física ou sexual. Não só: dois terços das vítimas dos homicídios em ambiente familiar são mulheres, enquanto são apenas 119 os países que aprovaram leis contra a violência doméstica e 125 contra a afronta de fundo sexual. A questão da violência contra as mulheres é, portanto, um fenômeno global, que ceifa vidas e gera pesados problemas sociais em todo o mundo.

Contudo, além dos dados sobre a vastidão e gravidade do fenômeno, são significativos também os relativos à percepção do problema. A mesma ONU informa que quase metade das jovens entre 15 e 19 anos acreditam que, ao menos em determinados casos, os maridos têm o direito de bater nas mulheres. Declaram-se convencidas disso 84% das entrevistadas no Afeganistão, 79% na República Centro-Africana, 89% na Guiné Conakry, 83% em Mali, 81% em Timor-Leste, países nos quais sobrevivem culturas patriarcais, nas quais homens e mulheres são educados para acreditarem que as mulheres são inferiores, sujeitas aos homens que são seus donos.

Contudo, a situação não é rósea nem mesmo onde os conceitos de paridade entre homens e mulheres são difundido há décadas. Baste pensar que segundo uma pesquisa feita na Itália, praticamente um jovem sobre três, entre 18 e 29 anos, acredita que a violência doméstica é um fato privado, enquanto um sobre quatro considera os gestos isolados de violência como impulsos momentâneos justificados pelo “excesso de amor”.

Isso tudo, para uma Congregação como a Salesiana, significa uma só coisa: ainda é necessário trabalhar muito na educação integral dos rapazes e moças, para que os primeiros aprendam realmente o significado da palavra “amor” e as segundas estejam cientes do seu valor e dos seus direitos.

InfoANS

ANS - “Agência iNfo Salesiana” - é um periódico plurissemanal telemático, órgão de comunicação da Congregação Salesiana, inscrito no Registro da Imprensa do Tribunal de Roma, n. 153/2007. 

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