Os números do desastre humanitário da guerra na Síria falam por si: mais de meio milhão de mortos, 1,5 milhão de feridos, 5,7 milhões de refugiados e 6,7 milhões de deslocados internos... É verdade que os combates são menores, mas a crise econômica e a pandemia são atualmente as batalhas mais dramáticas pelas quais a população passa, uma vez que 80% dos sírios vivem abaixo da linha da pobreza desde o início do confinamento do ano passado.
Nestes dez anos, foram muitos os momentos dolorosos. “Na Síria, todos lamentam algum familiar ou amigo morto pelas bombas", acrescenta o salesiano P. Pier Jabloyan. No entanto, a esperança sempre foi mais forte do que a guerra, e a cultura da paz transformou os ambientes salesianos em oásis.
Esta atmosfera familiar ajudou a unir toda a comunidade cristã de Aleppo e Damasco mesmo nas piores situações; e multiplicou a Fé dos jovens e de suas famílias. Atualmente, em Damasco, há 1.200 pessoas, entre menores, adolescentes, jovens e adultos que atuam na Casa salesiana, enquanto também em Aleppo vivem cerca de 1.000 jovens de diferentes confissões cristãs. O resultado é uma grande família que se ajudou, manteve contato constante e fortaleceu a Fé no meio das dificuldades.
Todavia, são muitas as crianças menores de 10 anos que não conhecem outra vida senão a da guerra; e por isso os salesianos permanecem a seu lado, oferecendo acompanhamento, alimentação e sustento financeiro, a eles e a suas famílias.
Na verdade, a ajuda nunca falhou. Graças ao apoio financeiro de numerosas Organizações salesianas, e também graças à Oração e à Proximidade, os salesianos de Aleppo, Damasco e Kafroun continuam a ajudar as crianças por meio de cursos de recuperação, oficinas de teatro e atividades esportivas e recreativas. Mesmo durante a pandemia.
Os sírios clamam por uma paz definitiva e duradoura que permita a reconstrução de seu país e suas vidas. Enquanto isso, os salesianos oferecem educação à paz e aos valores cristãos, a quem se aproxima de sua presença em Aleppo, Damasco e Kafroun.