150ª Expedição Missionária Salesiana: "Se não for ‘em saída’, não é Igreja"
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03 outubro 2019

Em 1875, Dom Bosco reuniu em seu derredor um grupo de dez jovens prestes a atravessar o Atlântico numa jornada que, para alguns, seria sem volta. Eram quatro horas da tarde. O Santuário de Maria Auxiliadora estava lotado de pessoas e, aos pés da imagem de Maria Auxiliadora, Dom Bosco, com lágrimas aos olhos, saudou os jovens dando-lhes um folheto que trazia "vinte lembretes especiais", lembretes de um pai para seus filhos antes do abraço final, símbolo da sua profunda afeição por eles, escreve o P. Céria. Dez jovens partiam para conquistar o mundo.

Este ano, o mesmo ‘santuário’ viu partir a Expedição de n. 150. Durante todos estes anos, diante da imagem de Maria Auxiliadora, mais de 9000 salesianos seguiram o exemplo daqueles dez primeiros, oferecendo suas vidas numa epopeia missionária sem precedentes na história. Com fé e coragem, eles percorreram estradas e lugares desconhecidos em todos os Continentes, conheceram pessoas de todas as raças, deram suas vidas para levar o Evangelho aos tantos jovens que Dom Bosco havia sonhado. Quando Dom Bosco morreu, seu sonho continuou por meio das mãos, dos pés e do coração desses seus salesianos missionários.

Os jovens missionários fundaram cidades, abriram hospitais e oratórios, exploraram rios, cavaram poços, criaram escolas de todos os tipos e deram nomes a lagos e montanhas. Muitos deles nunca retornaram às suas terras de origem e se tornaram filhos das novas terras que os adotaram e onde agora descansam na Paz de Deus. Aos poucos, as expedições foram mobilizando leigos, membros da FS e Jovens voluntários que se juntaram a esse movimento evangelizador em todos os Continentes.

Desta vez, a 150ª Expedição Missionária Salesiana parte de um cenário diferente. Não se trata mais de uma iniciativa civilizadora ou de um grande projeto de promoção e evangelização. Os contextos são diferentes. Nossos missionários muitas vezes levam o Evangelho a países de cultura cristã em declínio ou com grande abundância econômica: por isso falta alegria, Evangelho, “razão” de tudo. Eles vão viver em situações culturais difíceis e muitas vezes contrárias a tudo o que é cristão. Alguns, mais cedo ou mais tarde, terão de navegar rumo a continentes e territórios virtuais, com idiomas desconhecidos e em constante mudança, ambíguos, com novas lógicas e regras.

Hoje, nossos missionários contam apenas com a força do testemunho do Evangelho como mensagem que devem levar aos que os aguardam; estão além de Valparaíso e Pequim (que Dom Bosco contemplara em sonho): estão nas redes do mundo virtual, navegam em oceanos de incerteza e solidão, movem-se como tribos de caçadores, explorando, reanimando e acompanhando os jovens na busca de um significado para a vida.

"Deus ama a quem dá com alegria" (2Cor 9,7). Ele ama a Igreja ‘em saída’. "Se não for ‘em saída’, não é Igreja" – disse o Papa. E é verdade para nós, que somos uma congregação que carrega no coração a marca missionária e que está sempre pronta para ir "aonde tantas pessoas ainda vivem sem a alegria do Evangelho".

Aqueles pequenos lembretes que Dom Bosco ofereceu aos seus primeiros missionários terminam assim: "Nas fadigas e sofrimentos não nos esqueçamos de que nos aguarda um grande prêmio no céu. Amém".

InfoANS

ANS - “Agência iNfo Salesiana” - é um periódico plurissemanal telemático, órgão de comunicação da Congregação Salesiana, inscrito no Registro da Imprensa do Tribunal de Roma, n. 153/2007. 

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