Quem abandona a própria terra, enfrentando muitas vezes viagens de extrema periculosidade, o faz “porque a alternativa é pior do que o risco assumido... Tome-se cosciência de que estas movimentações de pessoas jamais são um luxo” – acrescenta o P. Attard.
Além disso, apesar da atitude eurocêntrica levar a considerar apenas as migrações que do Sul do Mediterrâneo leva ao Velho Continente, o fenômeno é global, com fluxos migratórios imponentes que se referem à África Subsaariana ou ao Leste Asiático... Diante, pois, de um fenômeno de importância global, segundo o P. Attard, a viagem do Papa oferece três leituras principais.
A evangélica, ‘in primis’. “O gesto do Papa, que vale mil homilias, soube criar sinergias na comunidade dos crentes e uma empatia com a opinião pública. (....) Confirmou também a validade de ler a história com os olhos da proposta de Jesus e remete-nos a Mt 25,35: ‘Eu era forasteiro, e me recebestes’”.
Depois, a propriamente “humana”. “Felizmente, em toda a União Europeia há pessoas de boa vontade, cristãs e não cristãs, que agem com sentimentos de nobreza humana” – afirma o P. Attard, recordando o grande esforço da FS na acolhida, na oferta de propostas educativas, de caminhos de humanização, de inserção no trabalho... e com excelências, como o instituto de Bruxelas, aberto a jovens de 35 nacionalidades ou os muitíssimos institutos disponíveis para milhares de migrantes na Espanha.
Enfim, numa perspectiva também política, a viagem do Papa chamou a atenção para uma visão de Europa que não tem medo de acolher e, em vez de reagir com a “lógica da exclusão e dos muros”, é capaz de repartir dos “grandes valores que criaram a civilização europeia”.
Concluindo, o P. Attard recorda o comunicado sobre o tema lançado recentemente pelo ‘Don Bosco International’ (DBI), que “exprime o que nós Salesianos acreditamos e compartilhamos a partir da nossa experiência no ‘desafio’, não ‘problema’, das migrações”.