Se hoje o padre Corselli é um filho espiritual de Dom Bosco, ele deve isso a um salesiano que, há 65 anos, literalmente pisou os pés de sua mãe em um ônibus. Esse pequeno incidente foi a ocasião que permitiu à mãe do pequeno Giovanni conhecer a possibilidade de matricular o filho no instituto salesiano de Pedara.
De caráter determinado, apesar de seus apenas 10 anos de idade, Giovanni inicialmente recusou: ele não queria ir a uma escola de padres! Mas, assim que visitou o instituto, o sorriso do primeiro salesiano que conheceu e a possibilidade de brincar naquele pátio fizeram com que ele mudasse de ideia. Tanto que, cinco anos depois, era ele quem tentava convencer seus pais: "Agora quero fazer com os outros jovens o que os salesianos fizeram comigo".
Passados os anos de formação salesiana e os primeiros trabalhos com crianças e necessitados, era o ano 1980, ano em que a Congregação Salesiana lançou o Projeto África. A sua Inspetoria estava indecisa sobre sua participação, mas o padre Corselli era um dos mais determinados em motivar a participação: um convite tinha chegado e precisava ser respondido; além disso, a missão poderia despertar novas vocações. Acima de tudo, ele tinha uma certeza: "O Senhor não se deixa vencer em generosidade!"
Então, sem dar muito peso às palavras que pronunciava, ele deixou escapar a frase que teria marcado para sempre o curso de sua vida: "Se realmente for necessário, eu também posso ir".
Hoje, padre Corselli é mestre de noviços em Ambohidratrimo, um subúrbio próximo à capital, Antananarivo. "Tenho bom relacionamento com eles e parece-me que eles gostam de mim assim como eu gosto deles", diz ele. “Meu empenho é leva-los a compreender em primeira mão as necessidades e as dificuldades das pessoas, para incentivá-los a fazer de suas vidas um serviço de amor”.
"A cada dia agradeço ao Senhor por ter-me feito cristão e salesiano e por ter me enviado em missão para Madagascar! Foi um presente maravilhoso do Senhor!", conclui padre Corselli.