México - Juan José Bartolomé: "As preferências de Jesus pelas crianças são um sinal da fraqueza de Deus para com os mais fracos"

(ANS - Tlaquepaque) - O biblista Juan José Bartolomé, salesiano, escreveu o livro "Jóvenes: fe, vocación, discernimiento. Rezar el tema del Sínodo sobre los jóvenes, a la luz de la Palabra de Dios" (Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. Rezar sobre o tema do Sínodo sobre os jovens, à luz da Palavra de Deus). Ele explica que o "Sínodo sobre os jovens não analisa apenas a realidade atual em que vivem, mas busca discernir sobre o atual momento da Igreja”. Para isso é necessário voltar às fontes, à Palavra de Deus, de maneira que Esta ilumine a realidade. No contexto do caminho sinodal, ele recentemente preparou a obra "Deus fala também aos jovens".

Que páginas das Escrituras nos ajudam a focar nos jovens?

Eu diria que todas as páginas, porque o importante não é a quem dirigimos o nosso olhar, mas se a nossa visão apresenta o olhar de Deus.

Qual o papel da preferência de Jesus pelas crianças, nos ensinamentos ou em alguns milagres, na pregação do Reino de Deus?

Um papel decisivo, embora não muito apreciado. As preferências de Jesus pelas crianças representam, em primeiro lugar, um sinal da 'fraqueza' de Deus em relação aos mais fracos; com um tratamento privilegiado a eles, Jesus revela a opção de Seu Pai. Em segundo lugar, essa atitude faz da criança, impotente e insignificante, o padrão da conversão do discípulo que deseja entrar no Reino.

Discernir é descobrir a pegada de Deus. Há um personagem que foi eternizado como o bom rapaz, muito rico para deixar tudo para seguir o Senhor. Que lições pode nos dar este aparente "insucesso" de Jesus?

Não segue Jesus quem é bom, e aquele jovem era tão bom que comoveu Jesus quando disse ter obedecido a todos os mandamentos desde a sua juventude. Nem segue Jesus que é chamado e amado por Ele: é preciso amar a Jesus mais do que ninguém, mais do que qualquer outra coisa. Possuir algo tão estimado que não se queira perder acaba por fazer perder a Jesus e ao bom Deus.

O Sínodo quis refletir, já no título, a força do discernimento e isso não é possível sem o conhecimento e sem ser capaz de rezar a Palavra de Deus. Pode ser um momento de impulso para uma maior difusão da Bíblia entre os jovens?
Deveria sê-lo. Discernir é descobrir a marca, a passagem do Deus vivo em sua própria existência e na história humana. Mas Deus é apreciável apenas em Sua Palavra. Quem não a ouve - e para ouvi-la, é preciso venerá-la e pregá-la – não encontra com Ele.

InfoANS

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