Saindo de Turim, chegamos a Manaus fazendo uma longa viagem. Na capital do Estado do Amazonas, os Salesianos coordenam o trabalho das obras missionárias entre os indígenas da Região e nós iniciamos ali mais um voo: até São Gabriel da Cachoeira, onde os Salesianos estão há já 103 anos. A cidadezinha vai-se desenvolvendo em torno do núcleo histórico de edifícios que foram o Colégio salesiano e a sua grande Igreja, hoje Catedral da Diocese.
No dia seguinte partimos para Jauaretê, aonde só se pode chegar de barco: são necessárias 12 horas. É preciso sair bem cedo, porque viajar no escuro é por demais perigoso. Por isso: acordar cedo, tomar um bom café, carregar as bagagem e se mandar!
O ‘piloto’ da barca, índio, faz-nos andar rio acima por uma hora, até um “check point”: é que estamos entrando na zona exclusivamente indígena e o exército controla esse acesso. Logo depois entra-se por um afluente do Rio Negro, o Uaupés. Como estamos ainda na estação das chuvas, o rio está particularmente inchado. Há pontos em que parece-nos voar, tal a placidez das águas a refletir as nuvens do céu! A ilusão termina quando, depois de uma leve névoa nos envolve também mui leve, sutil, mas insistente garoa!
Pouco depois aparecem as corredeiras, que nos obrigam a descarregar tudo e a continuar num caminhão pelo meio da floresta por cinco quilômetros. Depois volta-se a carregar tudo e se reparte de barco.
Ao longo do rio veem-se pequenas comunidades indígenas, cada qual com sua Capela e, perto, uma pequena Escola. São comunidades fundadas pelos Salesianos. E o sinal distintivo da obra a um só tempo educadora e evangelizadora dos Filhos de Dom Bosco é exatamente este: uma igreja com perto uma escola. Sem a educação dos jovens, a evangelização corre o risco de virar proselitismo. E sem uma igreja, a obra educativa arrisca tornar-se serviço social.
Finalmente, depois de 11 horas de viagem rio acima, chegamos a Jauaretê, uma hora antes do previsto. Hoje tudo correu bem!