As primeiras palestras buscaram focalizar precisamente a natureza e as características das periferias - urbanas e sociais - ; de modo particular, entretanto, o Prof. Fabio Pasqualetti SDB, docente da UPS, apontou como no atual sistema socioeconômico a situação de periferia e de marginalização de amplos estratos da população seja um pressuposto necessário para confirmar a posição de quem está no centro.
Sucessivamente o jornalista Miguel Partipilo, redator-chefe da ‘Gazzetta del Mezzogiorno’, recordou os elementos deontológicos que devem guiar os profissionais da informação ao tratar de ‘sujeitos frágeis’.
Com as falas do Prof. Giuliano Vettorato SDB, sempre da UPS, e do Padre Camillo Ripamonti, Presidente do Centro Astalli (Serviço dos Jesuítas para os Refugiados), analisaram-se também os mecanismos de gênese das periferias e dos autênticos guetos – físicos e sociais – nas sociedades modernas. Gênese a que não é absolutamente estranha a representação pública das periferias, feita tanto pela mídia e profissionais quanto pelo povo comum.
Por isso de tarde ressoou forte o apelo a levar em consideração não somente as reais situações de desconforto e degradação – efetivamente presentes, mas quantitativamente minoritárias nas periferias – mas também o testemunho da vivacidade cultural e da capacidade de resistência da maioria silenciosa que habita as periferias.
Interessante nesse sentido foi a análise proposta por um grupo de pesquisa da mesma ‘Faculdade das Ciências da Comunicação’ (FSC, em italiano) – coordenado pelo P. Renato Butera SDB, também Coordenador do encontro – sobre como as periferias possam ser racontadas de modo assaz diferente, através de voluntárias dramatizações ou vice-versa, dando a palavra a quem as habita realmente.
Por fim falou também o P. Giovanni d’Andrea, Presidente de “Salesianos para o Social”, que relatou como, nos seus anos passados numa obra salesiana, na periferia de Palermo, Sicília, tenha encontrado tantas pessoas empenhadas em construir um bairro melhor, à luz de um lema muito simples: “Quem quiser fazer alguma coisa de grande, ache a estrada; quem não quiser, ache a desculpa”.