Por Florian Ripka
Em Stara Zagora, uma cidade a 230 quilômetros a leste da Capital, vivem perto de 28000 ROM. A maioria são crianças e adolescentes que sobrevivem em barracões, casas semidestruídas ou casas por terminar. São desprezados, odiados, expulsos da vida pública; a formação escolar é para a maioria mui rudimentar. Graças aos Salesianos e ao apoio da ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ (ACN), agora têm uma igreja e uma sede em que lhes oferecer maiores oportunidades.
“Se não fizermos nada, o destino dessas crianças está decidido – diz o salesiano Martin Jilek - . Aos 14 anos, o clã os casa. Logo logo terão filhos e viverão do subsídio familiar estatal por número de filhos, que chega a uns 40 ‘lev’ (20 euros por filho): para muitas famílias ROM, única fonte de... renda”.
Os Salesianos organizaram um reforço escolar para as crianças, aliás, muito mais do que isso, porque os menores ali vêm depois das aulas, comem juntos, jogam e aprendem. Ensinam-se ali também regras elementares de comportamento. “Depois de algumas semanas – explica o P. Martin – começam a dizer ‘por favor’, ‘com licença’ e ‘obrigado’”.
Os Salesianos de Stara Zagora não conhecem horários. “Dedicamos tempo às crianças, e os pais começam a ouvir falar do que fazem no centro, e começam a aparecer por aqui” – garante o missionário salesiano. Os Rom entram e saem livremente durante todo o dia. Assistem à S. Missa, pedem conselho e com simplicidade visitam os religiosos.
Um novo projeto dos Salesianos é abrir um refeitório. “Assim teremos a possibilidade de falar com eles. Queremos convencê-los a que enviem seus fiolhos à nossa escola” – comenta o missionário salesiano. Este é precisamente o principal problema: muitos pais NÃO deixam seus que seus filhos vão além da escola elementar, porque aí não os podem casar... imediatamente. Apesar disso, já começam a produzir-se os primeiros frutos: “Muitos dos ROMs nos conhecem e sabem que desejamos o melhor para eles”.