Os católicos são apenas 0,02% da população da Turquia e não chegam a 15.000. A única presença salesiana é a de Istambul, onde os Salesianos se adequaram às circunstâncias. “Somos cinco Salesianos, dois um tanto idosos e os outros vieram recentemente, mas nos esforçamos para falar em turco e cultivar as vocações turcas. Trabalhamos na Catedral, que é católica, e que nos foi confiada há 25 anos. Ali celebramos a missa em quatro línguas: aramaico, inglês, francês e turco”, explica o P. André Calleja, missionário há 35 anos, dos quais 25 na Turquia.
O campo de ação dos Salesianos concentra-se nas famílias cristãs provenientes da Síria e do Iraque, mas há também paquistanesas, nigerianas, cazaques, iranianas... Os Salesianos não recusam ninguém que bata à sua porta, mas não podem ir diretamente em busca das pessoas, para evitar acusações de proselitismo.
Em Istambul há uma escola especial para crianças de famílias refugiadas: “Chegam sem nada. Todos passam pelos escritórios do Alto Comissariado ONU para os Refugiados, a fim de obter o status de refugiados políticos, mas devem procurar com que sobreviver, onde trabalhar... Acolhemos as crianças com atividades salesianas nas paróquias e queremos que falem inglês porque é a sua esperança de futuro quando forem para a Austrália ou o Canadá. Ficam conosco por um ano ou dois anos, e temos conseguido criar uma atmosfera acolhedora em que se sintam à vontade, apesar dos traumas que carregam e a violência que presenciaram”, diz Andrés Calleja.
Os Salesianos dirigem também outra escola “construída há 100 anos e na qual todos os alunos são muçulmanos. Somos proprietários, mas não podemos ensinar, ter atividades pastorais ou falar de religião... Ninguém, porém, nos proíbe de sorrir, de ser gentis, de estar presentes, de cumprimentar... Manifestamos claramente que somos Salesianos e a reação é muito positiva”, conclui o missionário.
Fonte: Misiones Salesianas