Olá, Marijan! Quer se apresentar?
Eu sou o P. Marijan Zovak, salesiano croata de 33 anos; e um dos quatro missionários da 155ª Expedição provenientes da Inspetoria São João Bosco, da Croácia, Bósnia e Herzegovina (CRO).
O que o inspirou a se tornar missionário?
A vocação missionária é algo que foi semeado em mim quando ainda era criança. Na verdade, creio ser um dos poucos que sentiu (muito) primeiro a vocação missionária e depois a vocação religiosa e sacerdotal. Quando eu era criança, minha mãe falava dos missionários e, entre eles, também dos dois mártires da China, sobre os quais ela tinha lido um livro havia alguns anos. Eu não me lembrava dos seus nomes (só no Pré-Noviciado soube que eram Luigi (Luís) Versiglia e Calisto Caravário); mas aqueles relatos me deixaram uma forte impressão. Outra “missionária” que me acompanha desde que me lembro é Santa Teresa do Menino Jesus, cuja festa se celebra em 1º de outubro.
Tb o sonho de me tornar missionário começou quando tinha 7 anos. A vocação missionária me reaproximou de Deus aos 16 anos (depois de um longo período em que poucas coisas do cristianismo faziam sentido para mim). Isto finalmente levou-me, alguns anos depois, a me tornar ‘salesiano’. Esta vocação só se fortaleceu durante o período de formação que fiz na Itália, convivendo com Coirmãos de diversos países. Nesse período, também conheci outras figuras missionárias que me fascinaram muito pela doação total e por se tornarem “DomBoscos” nos respectivos países de missão.
Depois de um período de discernimento com o meu guia espiritual, decidi escrever uma Carta ao Reitor-Mor expressando o meu desejo e a minha disponibilidade. Poucos meses depois chegou a resposta. Iria para a República Dominicana, na Inspetoria das Antilhas, que também inclui Cuba e Porto Rico. Posso dizer que foi uma grande surpresa para mim, porque não esperava ir para aquela parte do mundo.
Como você se sente em relação ao país para onde está indo? Você tem algum medo ou apreensão sobre o novo local, cultura ou pessoas?
Sinto uma grande alegria pela vocação missionária e pela destinação que recebi. É claro que também existem temores, que, em alguns momentos, roubam a alegria do coração. Já conhecendo algumas das minhas lutas internas, tenho medo de que no contexto que não conheço elas aumentem e que eu permaneça muito focado em mim mesmo, em vez de ver a Deus que já me espera: na República Dominicana, nos irmãos, nas pessoas, nos jovens, na cultura. Nos momentos em que o medo parece vencer, Deus, por meio da sua Palavra e dos amigos, me lembra que não posso deixar o medo guiar a minha fragilidade, mas que a sua Graça me basta! Portanto é a alegria, juntamente com a gratidão, que emergem como vencedoras nesta luta.
Como reagiram seus familiares, amigos e irmãos quando você compartilhou a sua vocação missionária?
Muitos tiveram a mesma reação: minha mãe, meu pai, minhas irmãs, meus irmãos e as pessoas mais próximas de mim. Ninguém ficou muito surpreso com a minha escolha, mas todos ficaram surpresos pelo destino. Claro, também há pessoas que não compartilham plenamente a minha escolha, mas a minha resposta é sempre a mesma para todos: rezem por mim e pelos outros missionários – e aproveito para pedir isto também a todos os leitores!
Entre os grandes missionários, há algum modelo cujo estilo de vida e devoção você gostaria de imitar?
A alegria é o que vence, também porque o sonho que Deus colocou em mim lentamente me impulsiona a deixar tudo e a me devotar completamente - como fez Dom Bosco. E este é o sonho que tenho para mim: doar tudo! Meus modelos e amigos missionários também me incentivam a fazer isso: o P. Vicente Cimatti, o P. Carlos Braga e a Beata Maria Romero (junto, obviamente, com Dom Versiglia e o P. Caravário). Tenho a certeza de que também me acompanharão à República Dominicana...
Qual é a sua mensagem para os jovens sobre a escolha e a vocação missionária?
Deixo esta mensagem a todos os jovens: tenham o mesmo desejo que eu tenho - doar tudo para viver uma vida plena e realizada. Só Deus pode ajudá-los a se doarem totalmente! Portanto, não desperdicem suas vidas com coisas que não importam, ou que importam pouco, mas respondam, apesar dos medos e das perplexidades, ao desejo profundo que sentem por dentro; ao sonho que o Senhor tem para cada um de nós! Isso lhes trará alegria e também para muitas outras pessoas que virão a conhecer.