Colômbia – "Reiberman", o migrante venezuelano que descobriu Dom Bosco na Colômbia

14 maio 2024

(ANS - Bogotá) - Reiber Sumoza é um jovem venezuelano que, como muitos outros, foi forçado pelas circunstâncias de seu país a tentar ganhar a vida em outro país. Pai de dois filhos, ele se estabeleceu na Colômbia há quatro anos e, embora sua profissão esteja relacionada à manutenção de aparelhos de ar condicionado, descobriu a prática esportiva do slackline (corda bamba) e, desde então, vem ganhando a vida nos semáforos com suas acrobacias. Foi nas ruas, portanto, que um salesiano o descobriu e, desde então, "Reiberman", seu nome artístico, sabe que tem outra grande família na Colômbia.

Reiber tem 29 anos e é um dos três jovens que emigraram de seu vilarejo, no estado de Miranda, na Venezuela, em busca de uma vida melhor e para ajudar suas famílias no exterior, devido à situação complicada pela qual passa seu país há anos. Reiber Sumoza lembra que "um de meus amigos está no Equador, outro no Chile e eu na Colômbia. Não quero mais me mudar, porque assim estou perto dos meus filhos".

Ele deixou seu país há quatro anos, deixando na Venezuela seus dois filhos, de 9 e 7 anos, e sua esposa. "Não os vejo desde então. Não é fácil falar com eles todos os dias ou todas as semanas, mas tenho um sonho: poder voltar este ano para ficar com eles, mesmo que seja por pouco tempo", diz, com esperança.

O jovem pratica slacklining há sete anos e transformou a prática em um modo de vida nas ruas da Colômbia, onde monta sua corda quase todos os dias. "Eu trabalho cinco horas por dia, das 13h às 18h, porque é muito difícil. Preciso que me alongar, me concentrar e só fico na corda durante o tempo em que o semáforo fica vermelho para os carros, mas posso ganhar até 100.000 pesos colombianos (cerca de 23 euros) por dia", conta.

Um dia, um salesiano parou o carro ao lado dele e começou a perguntar sobre sua vida. Era Luís Fernando Velandia, diretor do Centro de Formação Técnico- Profissional Juan Bosco Obrero, de Bogotá. "Na segunda vez que nos encontramos, ele me deu uma sacola com comida e, de vez em quando, passava por ali e conversávamos. Ele me deu uma fantasia de Super-Homem para um dos meus números na corda, de modo que agora me chamam de Super-Homem do bairro de Santa Luzia".

Reiber não conhecia os salesianos e nunca tinha ouvido falar de Dom Bosco, tampouco sabia que ele também era acrobata e andava na corda bamba; mas ambos têm em comum é o fato de conseguirem atrair a atenção e os aplausos das pessoas. "O que eu faço é muito mais do que me equilibrar e saltar.... Tento manter a área onde trabalho limpa, sou gentil com o público e aqueles que me veem podem perceber essa humildade que é tão importante. Quando conheci os salesianos, senti imediatamente sua familiaridade, sua acolhida, e me sinto em casa com eles", garante.

P. Velandia ao rapaz a oportunidade de entrar para a escola de circo do centro, mas, apesar de várias tentativas, ele não conseguiu "por falta de tempo, porque preciso trabalhar para poder sobreviver; mas, em troca, ele me deixa treinar lá e me chama para fazer shows para as crianças".

Reiber não para de sonhar enquanto aperfeiçoa sua técnica: "Deus tem um propósito para todos e eu continuo sonhando. Sonho em ver meus filhos, mas também em poder continuar a enviar dinheiro para minha família e levar meu show para minha aldeia, deixar uma marca lá com uma apresentação de alto nível que estou preparando".

Em relação à sua rotina diária, o jovem equilibrista conta que "com a primeira moeda que recebo todos os dias, meu espírito se eleva. Posso estar triste um dia, mas quando subo na corda e sinto a admiração do público, sinto-me bem... É claro que é difícil me apresentar cem vezes por dia em semáforos, mas é preciso continuar, porque Deus tem um propósito para cada um de nós", conclui.

Fonte: Misiones Salesianas

InfoANS

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