Itália – Conclusão do Centenário de nascimento da SdeD Vera Grita, Salesiana Cooperadora

29 janeiro 2024

(ANS – Pietra Ligure) – Após um ano rico de iniciativas, organizadas pela ‘Fundação Vera Grita’ e pelo P. Gabriello Zucconi – Obra dos Tabernáculos Vivos, juntamente com a Diocese de Savona-Noli e a Paróquia Maria Auxiliadora, de Savona, terminou ontem, 28 de janeiro, o ‘Centenário de Nascimento’ da SdeD Vera Grita, Cooperadora Salesiana.

Vera Grita nasceu em Roma, no dia 28 de janeiro de 1923. Sua vida foi marcada por diversos tipos de sofrimentos: dificuldades financeiras da família, que a obrigaram a mudar-se de Roma: primeiro para a Sicília e depois para Savona; a Segunda Guerra Mundial e uma doença degenerativa, que se prolongou por muitos anos.

Filha de Amleto Grita, fotógrafo profissional, e de Zacco Marianna della Pirrera, de família nobre, Vera era a segunda de quatro irmãs. Por razões financeiras, aos onze anos precisou deixar a família, juntamente com a sua irmã mais nova, Liliana, para morar com as tias paternas em Modica. Aos dezessete anos, voltou para a família, que havia se mudado para Savona, onde se formou no Instituto de Magistério. No entanto, precisou desistir dos estudos universitários para ajudar financeiramente a família, após a morte prematura do pai.

Durante os bombardeios de 1944 em Savona, Vera foi pisoteada e esmagada por uma multidão em fuga que se dirigia ao abrigo subterrâneo: o acidente causou uma síndrome de esmagamento com lesões musculares que lhe  atingiram todo o organismo, prejudicando principalmente os rins. Nos 25 anos seguintes, Vera enfrentou longas internações hospitalares. Todavia, suas precárias condições físicas não a impediram de vencer um concurso como professora de escolas primárias. Trabalhou em Rialto, Erli, Casanova di Varazze, Deserto di Varazze e outras cidades do interior da Ligúria, incluindo Alpicella, aldeia do Município de Varazze, que, em junho de 2023, lhe prestou uma Homenagem.

Foi designada para essa escola em outubro de 1959, para ensinar as crianças da primeira e da segunda série: "Pretendemos formar uma família da seguinte maneira: "o menino da primeira série, seguindo o exemplo de Santa Teresa do Menino Jesus, escolhe uma irmãzinha entre seus colegas da segunda série, para que os mais velhos protejam e orientem os mais novos e para que aprendam a se amar", escreveu Vera no registro da classe. “Perguntei a eles que nome poderíamos colocar na porta da sala de aula e Emilia, uma aluna da segunda série, sugeriu: 'a família da escola'". E a escola começou a ser chamada, pelas crianças, de "a casa da alegria".

Entre os alunos de Vera estava P. Lorenzo Caviglia, pároco muito querido por toda a comunidade de Alpicella, falecido prematuramente em 2007. “Tive a alegria de conhecê-lo pessoalmente há 21 anos, em 2002 – conta Maria Rita Scrimieri, Salesiana Cooperadora – quando procurei os ex-alunos de Vera para colher testemunhos em vista da causa de beatificação... Ele se lembrava muito bem de sua professora Vera e nos confidenciou que não a havia esquecido principalmente por um detalhe, que quando criança atraiu sua atenção e despertou surpresa: durante a Via-Sacra que todas as crianças faziam com a professora, Vera às vezes se emocionava a ponto de chorar."

Em Alpicella, no dia 6 de outubro de 1959, Vera teve a sua primeira experiência mística: “Há um chamado do Céu: o Céu inclina-se sobre uma das suas criaturas para doar, na tristeza, a maior Graça”; assim começa a primeira mensagem que Vera recebeu, escrita num pedaço de papel e guardada no segredo do seu coração. Vera escreveu em 13 cadernos o que Jesus lhe comunicou, cadernos que se conservam na Cúria de Savona e que foram publicados no livro “Leva-me contigo!” (Elledici, 2017).

Metade do 10º caderno, metade do 12º e o 13º inteiro foram escritos no Hospital Santa Corona, de Pietra Ligure, onde Vera passou vários períodos de internação e acabou por falecer, em 1969.

A vida de Vera revela como ela enfrentou os eventos negativos com a força da Fé em Jesus Cristo, testemunhando assim, em sua curta e dolorosa vida, uma heroica fidelidade ao Amor crucificado e ressuscitado. Fidelidade que, no final da sua vida terrena, o Senhor retribuirá dando-lhe o novo nome: Vera de Jesus. "Eu te dei o meu santo Nome, e de agora em diante você se chamará e será 'Vera de Jesus' " (3.12.1968).

No dia 14 de dezembro de 2022, a Congregação para as Causas dos Santos reconheceu a validade do Processo Diocesano da Causa de Beatificação e Canonização da Serva de Deus Vera Grita, encerrado em Savona no dia 15 de maio de 2022.

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