O ponto de partida da reflexão foi o significativo aumento do número de iniciativas partidas de presenças salesianas dedicadas à acolhença e à integração de migrantes e refugiados, sobretudo nos Países próximos ao Mediterrâneo. Para refletir sobre isso, unificar as estratégias e responder às necessidades das pessoas atingidas pela experiência da emigração, os Centros Nacionais de PJ da Itália e Espanha decidiram organizar este espaço sobre a questão migratória. Fundamentais, para a análise e a compreensão do tema, foram as conferências de José Riggio “O cenário das migrações no Mediterrâneo: causas e perspectivas”; de Alberto Ares “Somos todos migrantes - Pelo rumo de uma teologia das migrações”; e de Vicente Salerno “Os aspectos socioeducativos na pastoral e os aspectos pastorais no trabalho social: o caso da Comunidade São Luís – Gorícia (Itália)”, com referência à Obra salesiana dessa cidade, ativa em acolher Menores Estrangeiros Desacompanhados (MSNA, sigla em it.), que passam pela Rota Balcânica.

Além disso, durante os dias do encontro houve a oportunidade de partilhar falas, cursos e boas práticas, como as do 'Don Bosco International' (DBI), feito pela Secretária Executiva do Organismo, Sara Sechi, focando na perspectiva salesiana da Europa e da migração; a perspectiva da Coordenação Estatal das Plataformas Sociais Salesianas (CEPSS), com “Deixe que lhe diga uma coisa: novos racontos de amor pelos migrantes”, de Roberto Trujillo; “Jovens imigrados e identidade”, de Luis Callejas; “Como dar apoio às necessidades dos migrantes em seus processos. O luto migratório”, com a Educadora Mónica García Arboleda; e “Mulher migrante e interseccionalidade - Quantas vidas tens numa vida?”, com Marta Martín.

No decorrer dos trabalhos também se apresentaram iniciativas, como a das “Redes e migrações - Protagonistas. Imigração e redes culturais para o futuro”, ilustrada por Koblan Amissah Bonaventure (da Associação Abusouan); “O acompanhamento da dimensão espiritual e religiosa dos migrantes”, aos cuidados de Nando Capovilla (de ‘Pax Christi’ - Itália); “Gorícia, um modelo de acolhença na zona limítrofe”, com Vicente Salerno; “Dom Bosco 2000, a Sicília e as migrações circulares (com a África ocidental subsaariana)”, por Agostino Sella; “Uma proposta salesiana unida e sinérgica - para a acolhença, a integração e o acompanhamento de migrantes e refugiados - o caso italiano entre boas práticas e novas perspectivas”, com Micaela Valentino (das entidades italianos VIS, SxS e CNOS-FAP; “O programa Buzzetti para crianças sem-teto”, com Pepelu Aguirre, da Fundação “Dom Bosco-Salesianos Social”; o projeto “Tomar as rédeas”, de Roberto Trujillo e Gema Rodríguez, do CEPSS; “Alojamento para refugiados”, com Marita Guerra, sempre do CEPSS; e “Egito e refugiados do Sudão do Sul. Líbano e refugiados (sírios e iraquianos): os casos dos jovens adultos”, com a apresentação do P. Simon Zakerian SDB.

Todas estas exposições se dirigiam principalmente aos Salesianos e Leigos empenhados em iniciativas de acolhença e de integração de migrantes e refugiados, nos vários ambientes educativo-pastorais.

O encontro se encerrou com um diálogo sobre as políticas europeias, conduzido por Francisco Jesús Toronjo Benítez, Diretor Geral das Políticas Migratórias, do Governo Regional Andaluz, e por Maria Vitória Garlappi, representante da Fundação Europeia para a Formação, que evidenciaram os instrumentos à disposição da União Europeia e as linhas estratégicas para promover a cooperação, entre instituições estatais e sociedade civil, na acolhença e na integração dos migrantes.

Entre as conclusões do seminário, o P. José Miguel Núñez SDB, Diretor do Centro Nacional de PJ da Espanha, sublinhou a importância de fazer uma avaliação conjunta da realidade do serviço salesiano no Mediterrâneo em termos de fluxos migratórios e de processos de acolhida, proteção, promoção e integração na Europa de pessoas que chegam ao continente e às realidades ultraperiféricas, como as lhas Canárias. “Quisemos também evidenciar os desafios colocados pela realidade atual e, consequentemente, assumir novos empenhos em favor das pessoas que se deslocam em busca de condições de vida mais dignas”, explicou.

O evento terá uma sua continuação quando as conclusões, partilhadas entre os diferentes participantes no último bloco do encontro, chegarem aos diferentes Países e presenças salesianas.

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