Na época havia um grande entusiasmo pelas missões. Bois conta que “muitos missionários nos falavam das atividades que desenvolviam nas terras de missão. Muitos dos meus companheiros se inscreveram para partir; era possível solicitar a local de destino, mas a decisão final era dos superiores, com base nas necessidades concretas do setor. Eu estava entre os três que haviam escolhido ‘ir para a Coréia’, mas ninguém me chamou; então imaginei que minha missão fosse na Itália. No final do ano, recebi a carta do Reitor-Mor perguntando se eu ainda estava disposto a partir. Respondi que sim e imediatamente fui à minha capela. A porta estava fechada, mas mesmo assim orei do lado de fora para agradecer a Deus, que me havia aberto as portas para as missões".
Em 1963, Marino Bois fez as malas para partir para a Coreia, fazendo uma escala em Mumbai, na Índia, para visitar duas de suas tias, que haviam partido muito jovens do Vale de Aosta para dedicar a vida às missões. Elas estavam empenhadas na educação e a instrução de jovens indianas. “Dali peguei meu primeiro avião: na época os aviões ainda tinham hélices e não eram totalmente pressurizados: lembro muito bem que depois de algumas horas comecei a sentir dor de ouvido.
O objetivo da missão era dirigir uma grande escola técnica profissional num país que ainda lutava para se recuperar do desastre da guerra entre Norte e Sul (1950-1953) e o regime militar”.
Depois de passar vários anos no Extremo Oriente, seu percurso missionário o levou à África, mais precisamente à Guiné Conkary, em Kankan: após 20 anos de comunismo e maoísmo, a nação estava num desastre total. Depois do regime, o recém-eleito Presidente do país, muçulmano, pediu ao Papa que mandasse de volta os missionários que haviam sido expulsos, para fundar uma Escola profissional. Bois estava entre o primeiro grupo de missionários enviados para iniciar essa missão.
De Turim, foram mandados três contêineres de máquinas; num mês conseguiu instalar as máquinas e colocá-las em funcionamento: já era possível acolher o primeiro grupo de jovens e iniciar os cursos de formação profissional. A aldeia comemorou o evento com grande festa.
Tudo estava indo bem quando o Conselheiro para as Missões o enviou a um novo destino: o Sudão. “Eu estava muito deprimido – conta Bois – . Fui ao diretor, uma santa pessoa. Viu a carta e me disse: 'Isso é obediência. Você deve ir. A Providência cuidará de nós. E assim foi."
No Sudão, seus superiores lhe deram mais recursos. “A compra e o envio correram bem. Terminadas as bancadas e montado o laboratório, fomos para o campo de refugiados. Nunca havia visto um lugar tão pobre... Encontramos 20 jovens com muita vontade de aprender e iniciamos a Escola. O Sr. Bispo de Cartum também compareceu à inauguração. Parecia um sonho!".
Depois de dois anos, conforme o combinado, ele pôde voltar à missão na Coreia, enquanto outro salesiano coadjutor, Giacomo Comino, se revelou o homem ideal para fazer crescer a obra no Sudão.
Já na Coreia do Sul, ele serviu, sempre seguindo a Formação Profissional Salesiana, por vários anos também em outras realidades da Ásia. Foi enviado ao Quênia e, nos últimos anos, voltou a colaborar com os Salesianos no Sudão, consertando muitas das máquinas que, após tanto tempo, sentiam o peso dos anos de... uso. Enquanto ele estava de volta ao Quênia para uma pausa, começou a guerra no Sudão, tornando impossível seu retorno. Mas assim que a situação permitir, deseja voltar àquele país para concluir o seu trabalho.
É a sua uma vocação missionária extraordinária, que, ainda hoje, aos 81 anos, não se extinguiu: flameja fulgurante.
Para mais informações sobre ele e suas experiências missionárias, visitar o sítio web: www.missionidonbosco.it