Sábado, 28 de janeiro, no dia centenário de seu nascimento (Roma, 23 de janeiro de 1923), o Bispo emérito de Savona-Noli, Dom Vittorio Lupi presidiu a Santa Missa na igreja de Maria Auxiliadora, tão querida a Vera Grita. Sucessivamente benzeu a sede da fundação. Na homilia Dom Lupi, inspirando-se na Palavra de Deus do dia, falou de Vera Grita como mulher de Fé, que também viveu horas de prova, de doença; e da mesma experiência mística de que foi porta-voz, confiando no amor de Deus que é fiel às suas promessas.
De tarde, o P. Pierluigi Cameroni SDB, Postulador Geral para as Causas dos Santos da Família salesiana, ministrou uma conferência sobre “Os Santos na vida da Igreja”, mostrando a riqueza espiritual do Mistério da Comunhão dos Santos, o chamado universal à santidade tão cara à espiritualidade salesiana, o valor do Batismo como Sacramento fontal de cada percurso de vida no Espírito e a beleza dos Santos, que são o Evangelho vivido, palavras de Deus encarnadas.
A seguir foram também apresentadas algumas figuras de santidade ligadas à terra lígure. Maria Rita Scrimieri mostrou o testemunho das Bem-Aventurdas: Itala Mela (1904-1957), autora de uma série de escritos teológicos sobre o tema da Presença e da Inabitação Trinitária na pessoa humana; e Chiara Luce (Clara Luz) Badano (1971-1990), jovem pertencente ao Movimento dos 'Focolari', morta antes de completar 19 anos por causa de um osteossarcoma e que viveu um relacionamento esponsal com Jesus abandonado.
A seguir o carmelitano P. Giovanni Maria Tomasi falou de Frei Joaquim di Regina Pacis (1890-1985), carpinteiro, enamorado desde jovem de Maria SS., ativíssimo nas associações católicas do seu povoado e que só aos 60 anos entrou, como carmelitano, para o Deserto de Varazze.
Bem resumem esse dia de graça, estas palavras de Maria Rita Scrimieri: “Vera de Jesus, uma pequena gota d’água no Amor infinito, com dois traços específicos da sua espiritualidade: pequenez e pobreza. O primeiro se refere à sua fragilidade física, marcada desde a idade juvenil pela doença e o sofrimento, por causa dos quais Vera devia alternar longos períodos de hospital com outros que a viam empenhada como professora nas escolas elementares do interior lígure. O segundo aspecto se refere à centralidade, na vida cotidiana e espiritual de Vera, da Missa, na qual é a pequena gota d’água que se une ao vinho para ficar inseparavelmente unida ao Amor Infinito, do qual a sua pobreza recebe Tudo para ser – n’Ele e com Ele – uma nova gota do Amor Infinito que continuamente se doa, salva e sustenta o mundo. ‘Eu estou viva na Santa Missa’ – escrevia Vera, do Hospital, ao Pai espiritual, P. Gabriello Zucconi, poucos meses antes de morrer. Vera Grita pertence à falange dos ‘pobres de Jahvè’ de todos os tempos que, no abandono confiante em Deus e na dependência total e consciente d’Ele, encontraram o segredo da sua vida em Deus e da sua alegria sobre esta terra, além da promessa do Reino dos Céus na eternidade”.