Os fatos daquela noite foram anotados por Miguel Rua num caderno que hoje se encontra exposto na mesma sala – uma das lembranças mais preciosas do “Museu Casa Dom Bosco”. Quem o vê, não o esquece, graças ao seu tamanho: 10 cm por 5 cm, pouco maior que uma caixa de fósforos. Ele tem mais páginas, mas somente a primeira foi usada por Miguel, que com a bela caligrafia que sempre o distinguiu, deixou esta memória:
“Na noite do dia 26 de janeiro de 1854 reunimo-nos, no aposento de Dom Bosco, ele, Rocchietti, Artiglia, Cagliero e Rua. Foi-nos proposto fazer com o auxílio do Senhor e de São Francisco de Sales, uma experiência de exercício prático de caridade para com o próximo. A seguir, faremos uma promessa. Depois, se for possível e conveniente, um voto ao Senhor. A partir daquela noite aos que fazem tal exercício e aos que o fizerem depois, deu-se o nome de Salesianos”.
O documento minucioso é uma como certidão de batismo: a partir daquela noite foi colocado o nome de SALESIANOS. É muito bom voltar àquele humilde e extraordinariamente fecundo início, neste ano em que se celebra o IV Centenário de Morte de São Francisco de Sales. Ele está conosco desde o início. Treze anos antes, o diácono João Bosco já o havia escolhido como modelo a ser imitado. Ele escreve em seus propósitos de preparação para a ordenação sacerdotal: "Que a caridade e a doçura de São Francisco de Sales me guiem em todos os momentos". Com a "prova de exercício prático da caridade para com o próximo" iniciada naquela noite, há 168 anos, São Francisco de Sales entrou no nome de todos aqueles que continuarão a praticar a caridade para com os outros como o fez Dom Bosco.
No ano passado, naqueles mesmos aposentos, foi realizado um dos vídeos-sementes para a divulgação de "Jovens Salesianos e Acompanhamento - Orientações e Diretrizes". São três minutos que vale a pena rever: um simples olhar sobre a “equipe” de jovens SDB que colaboraram com as filmagens daquele vídeo, disponibilizado em cinco idiomas (da esquerda para a direita Kenneth da Nigéria; Brandon, da Guatemala; Giorgio, Orazio, Silvio, italianos; Jean Paul, do Congo; Félix, da Índia e Anselmo, do Brasil), já diz como aquela sementinha cresceu e continua a crescer.
Dom Bosco viu longe e não poderia ter usado um nome mais acertado para nos fazer crescer no exercício prático da caridade com o próximo, com a doçura de Francisco de Sales como ele mesmo a interpretou e viveu, desde os primeiros tempos do Oratório de Valdocco.
O vídeo realizado nos aposentos de Dom Bosco em Valdocco: “Acompanhando os primeiros passos como Dom Bosco”
